Cotidiano

Sindicatos cobram reajuste salarial

Sindicatos falam da defasagem salarial dos servidores como bandeira de luta e lamentam a falta de políticas públicas voltadas para o servidor

O Dia do Servidor Público, comemorado nesta segunda-feira, dia 28, não traz avaliações positivas para a categoria, segundo entrevista dada à Folha pelos presidentes dos sindicatos que representam a classe municipal e estadual.

Os sindicalistas citaram a defasagem salarial dos servidores como bandeira principal de luta e lamentaram a falta de compromisso em assumir as políticas públicas voltadas para o crescimento do servidor.   

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos e do Poder Executivo de Roraima (Sintraima), Francisco Figueira, disse que os servidores do Estado estão com defasagem salarial de 20%, correspondente aos últimos quatro anos sem reajuste.  Ele disse que está buscando uma saída para garantir o reajuste para 2020 e o caminho, segundo ele, será através do apoio de Assembleia Legislativa. 

“Os deputados estaduais já iniciaram os debates para a LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2020 e estaremos participando de uma audiência pública promovida pela Assembleia para tentar garantir esse reajuste dentro da LOA e do PPA (Plano Plurianual)”, afirmou.

Já a representante dos servidores municipais, Sueli Cardoso, presidente do Sitram (Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Boa Vista), disse que o reajuste para servidores de Boa Vista não é concedido desde janeiro e que o acumulado aponta que o servidor municipal perdeu cerca de 8% do poder de compra. “O reajuste para que o trabalhador reponha o seu poder de compra seria de 7,64%, segundo o IPCA, e seria interessante termos esse anúncio no dia do servidor. A prefeitura está sempre adiando o reajuste para repor as perdas salariais com base na inflação. Esse reajuste é esperado por todos os servidores públicos”, disse.

Sueli citou ainda o anúncio feito sobre a contratação através de concurso público para o Município. “A prefeitura foi clara ao afirmar que não haverá abertura de novas vagas, mas substituição de temporários e de servidores que pediram exoneração. Diante disso, é mais um argumento para dizer que o parâmetro de gastos com pessoal será o mesmo e que o município tem capacidade financeira de conceder o reajuste”, afirmou.

Governo e prefeitura afirmam que têm compromisso com o servidor

A Folha questionou o Governo do Estado sobre se havia planejamento para conceder reajuste ao servidor. Em nota, a Secretaria de Comunicação Social informou que “a atual gestão assumiu o estado em meio a um caos financeiro e que, desde então, vem trabalhando para reequilibrar as contas públicas, pagando os salários rigorosamente em dia e dentro do mês trabalhado. Esse é um trabalho árduo, realizado com transparência, seriedade e compromisso, com a correta aplicação dos recursos e, dessa maneira, o Governo de Roraima espera em breve poder honrar não apenas esse, mas todos os direitos dos servidores públicos estaduais”.

Prefeitura – Já a Prefeitura informou, por meio de nota, que todas as ações realizadas reafirmam o compromisso que tem com o servidor público. “Os salários ou são pagos em dia ou são antecipados. Implantamos o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) e estamos pagando, ao longo da gestão, progressões, promoções, e reajustes salariais. Esta semana, inclusive, foi anunciado o pagamento de 16 milhões em progressões e promoções, cuja primeira parcela sairá dia 1º de novembro. Vale destacar que os professores da rede municipal recebem a Gratificação de Incentivo à Docência (GID), que começou com R$ 350 e este ano aumentou para R$ 800 e, ainda, o décimo quarto e décimo quinto salários – pagos aos professores que se destacam pelas boas práticas de ensino. Também foi criada a Gratificação de Incentivo aos Cuidadores (GIC), onde 630 cuidadores escolares recebem R$ 300 a mais no seu salário. Todos esses avanços demonstram que nenhuma gestão foi tão comprometida com os servidores como a atual”, concluiu.