Cotidiano

Sociólogo explica o que leva a população a se expor na pandemia

O sociólogo comenta que chega um momento em que a própria família diz “melhor que morra pra descansar”

A covid-19  afeta diferentes pessoas de diferentes maneiras e casos de coronavírus só aumentam em Roraima, o que segundo o sociólogo Paulo Rakosky vem causando é um fenômeno cultural, os indivíduos só acreditam que as pessoas idosas e adoentadas que podem morrer.

“isso é uma relação atípica que envolve um fenômeno cultural, primeiro que as pessoas acreditam que não podem morrer, a morte só vem parra quem está adoentado ou quem é idoso. Isso é uma crença que a maioria da população tem uma crença comportamental onde se valoriza pouco esses seres humanos que tem uma debilitada orgânica ou biológica. É uma herança da eugênia do mundo grego que as civilizações antigas fazia quando alguém nascia com alguma deficiência física ou mental era sacrificado ou era morto”, afirmou o sociólogo.

Para o sociólogo chega um momento em que a própria família diz “melhor que morra pra descansar”, então as pessoas tem um pouco dessa relação urgência de que os fortes sobreviverão e os fracos têm que morrer.

“Porque tem esse universo econômico, essas questões de ordem comportamental, ou biológica e educacional. Cada grupo social tem a sua cultura, famílias fazem correntes de oração para que a pessoa morra logo, para não sofrer mais. De modo geral ninguém se importa, a sociedade estabeleceu o individualismo. O individualismo é algo que eu resolvo  e se eu for fraco e morrer, menos um”, reforçou.

O professor explicou que muitas vezes a população tem esse viés, esse antagonismo, essa contrariedade eugênica de eliminar os fracos. “uma cultura que tem em vários países, uma cultura grego latino e de outras civilizações antigas da humanidade onde não se valoriza quem é fraco”, avisou o Rakosky.

O sociólogo esclareceu que a sociedade é cheia de antagonismo, de contrariedades, tanto no ponto sociológico, antropológico, psicológico e psicanalítico (Foto: Divulgação)

Em relação aos jovens o sociólogo comenta que eles fazem questão de pegar a doença. “Ouvi de jovens que preferiam pegar a doença para fazer uma espécie de teste de fogo, pra ver se iam ficar bem, superar ou morrer. Tinha uma frase na década de 60, “viva rápida, morra cedo, seja um cadáver atraente”, finalizou.

Confira a entrevista: