Cotidiano

Termelétricas já custaram quase R$ 50 milhões em diesel 

Usinas têm consumo diário de aproximadamente um milhão de litros de óleo diesel, o que apresenta um custo de R$ 3,5 milhões por dia

Operando com termelétricas desde 7 de março, depois que houve interrupção no sistema de Guri, vindo da Venezuela, a Roraima Energia vem garantindo o fornecimento através do parque térmico composto de quatro usinas: Monte Cristo, Distrito Industrial, Floresta e Novo Paraíso, Município de Rorainópolis.     

Segundo informou o diretor de Relações Institucionais da Roraima Energia, Anselmo Brasil, as termelétricas têm consumo diário de aproximadamente um milhão de litros de óleo diesel, o que apresenta um custo de R$ 3,5 milhões por dia. Ou seja, nestes 14 dias em que a energia de Guri deixou de abastecer o Estado, já são aproximadamente R$ 50 milhões gastos só com a aquisição de óleo diesel para manter as termelétricas em funcionamento. 

Anselmo Brasil ressaltou ainda que mais gastos devem acontecer, pois não há previsão de quando Roraima vai voltar a ter energia de Guri. 

“Assim como não tínhamos previsão de que íamos ‘sair’ da energia da Venezuela, também não sabemos quando vai se restabelecer”, disse. “O que podemos garantir é que energia não vai faltar e que estamos com todos os técnicos de energia e de engenharia mobilizados para atender os usuários que precisem em algum problema pontual”, completou.

O diretor afirmou ainda que os custos com óleo diesel não são repassados para os consumidores, pois são subsidiados pela conta de consumo de combustíveis (CCC). 

“Não há impacto nenhum para o consumidor, não vai mexer em tarifa, já que os custos são subsidiados pela conta nacional para todas as regiões do Brasil onde seja necessária a geração térmica”, destacou, informando que, além de Boa Vista, a ilha de Fernando e Noronha, em Pernambuco, e localidades nos Estados do Acre, Rondônia e Amazonas também dispõem de geração térmica permanente.  

Ele não confirmou que a energia elétrica da Venezuela já teria sido restabelecida e que a empresa Corpoelec não sinalizou com a liberação de energia confiável e de qualidade para o Estado. 

“Não temos informação de como está o panorama energético da Venezuela e não houve nenhuma informação por parte da Eletronorte, que é a responsável pela compra da energia vinda do país vizinho. Nós compramos essa energia da Eletronorte e distribuímos para o Estado”, relatou. “O que podemos afirmar é que não tem sinal de energia de Santa Elena para Roraima, por isso estarmos gerando com as térmicas”, afirmou.

Ele ressaltou que a empresa tem um suprimento de reserva de combustível suficiente para atender oito dias, sendo renovado sempre de acordo com o uso diário.  

“Quanto mais aumenta a demanda, mais caminhões vêm de Manaus para abastecer o estoque de combustível, de modo que temos a garantia de não faltar combustível”, garantiu.

“Já tivemos uma operação que durou um mês, durante o período eleitoral, e as térmicas não apresentaram problemas. Então, podemos afirmar que estamos preparados para este tipo de operação, caso venha a demorar o retorno da energia de Guri”, lembrou.

Durante esse período em que as térmicas estão fornecendo energia para Boa Vista, o diretor ressaltou que não houve qualquer problema de distribuição, interrupção ou afundamento.

“Isso acontecia quando o fornecimento era paralelo com a energia da Venezuela e quando caía o sistema a energia era recomposta com as térmicas, isso causava algumas anomalias no sistema, o que não acontece com a geração somente das térmicas.”

ELETRONORTE – A Folha tentou contato telefônico com a diretoria da Eletronorte para saber sobre a perspectiva do restabelecimento da energia de Guri, mas não teve sucesso.