Economia

Educação financeira para PMEs é essencial no cenário pós-pandemia

Com reaberturas autorizadas em diversos estados do Brasil, empreendedores deverão investir em organização

As PMEs (pequenas e médias empresas) são as mais suscetíveis a sentir os abalos de uma crise como a que o mundo enfrenta atualmente por conta da pandemia de coronavírus. Isso porque esses empreendimentos não possuem tanta reserva financeira e influência para se manterem saudáveis em situações adversas. Para que as mudanças no mercado não sejam fatais para a saúde das empresas, o ponto principal é a boa educação financeira.

Com isso, a gestão dos negócios fica mais sólida e assertiva, com maior controle e acesso facilitado às informações necessárias nas tomadas de decisões, maior segurança e agilidade, diminuição de erros e retrabalho, aumento da produtividade, redução de custos operacionais e até mesmo a possibilidade de planejamento a longo prazo, com previsões de mercado seguras – características necessárias para quem está voltando às atividades com a flexibilização da quarentena.  

Educação financeira pessoal

Para que a educação financeira seja aplicada dentro de um negócio, ela deve começar na vida pessoal do empresário. É o que enfatiza Sergio Luis Ribeiro da Cruz, consultor de negócios do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em São Paulo): “Primeiramente, ter uma educação financeira pessoal, uma vez que bons e maus hábitos nessa área geralmente também são levados para o negócio”. 

Isso porque, se no micro, que são as finanças individuais, não há hábitos de organização, em âmbitos maiores, o controle será ainda mais complicado.

Separação do pessoal e profissional 

Sérgio diz ainda que boa parte dos empresários se queixa de dificuldades emocionais neste período de pandemia, assim como desafios financeiros que envolvem tanto as contas de casa, quanto as da empresa. Dessa forma, para conseguir reabrir os negócios de forma equilibrada, o ideal é cuidar de ambos de maneiras separadas, para que as duas partes da vida não interfiram negativamente uma na outra. 

“Pelo que temos notado nos atendimentos do Sebrae aos empresários, há fatores emocionais e financeiros envolvidos na reabertura dos negócios: está sendo exigido deles um alto poder de concentração na parte organizacional, visto que este emocional está muito tomado pela grande necessidade financeira”, explica o consultor.

“É fundamental separar as contas pessoais das contas da empresa, e isso pode ser feito facilmente abrindo contas bancárias individuais e atribuindo-se um pró-labore. Conheça bem os custos da empresa, as finanças e seus indicadores, faça análises mensais destes e pratique a gestão contínua”, pondera.  

Investimento na evolução da gestão 

Outro desafio muito relatado pelos donos de pequenas e médias empresas neste momento de reaberturas é conciliar o dinheiro que vai para o pagamento de dívidas e os investimentos em desenvolvimento da empresa, para que ela não fique estagnada e, consequentemente, para trás no mercado. Para realizar a organização de documentos fiscais, recibos e valores que entram na empresa e a separação ideal de cada quantia para que nenhuma das partes do empreendimento fique deficiente, é necessário investir em formas mais eficientes de organização financeira.

“Se possível, tenha alguém preparado para cuidar apenas da parte financeira, ao invés de um “faz tudo”. Isso trará uma visão muito mais ampla do que o simples controle de contas a pagar e receber”, aconselha Sérgio.

Outra alternativa eficiente para complementar e agilizar a gestão é a digitalização dos processos, através de softwares especializados. “[A digitalização] Além de facilitar o controle do dinheiro quando e onde você estiver, a integração entre a tecnologia e as finanças é essencial para a saúde da empresa, uma vez que o nível de concorrência aumenta a cada dia, exigindo que os empresários adotem medidas que influenciam na otimização do tempo, na redução dos erros e nas tomadas de decisões. Tudo isso além de gerar uma visualização de entradas e gastos de forma prática, maior segurança na manipulação dos dados e possibilitar a construção de um orçamento mais participativo”, explica.