Economia

Pais buscam investir em ações para garantir poupança dos filhos

Dados do Banco Central apontam que em 2016 eram apenas 564 mil investidores na Bolsa e, hoje, já se contabiliza quase 3 milhões de pessoas

A economia brasileira tem apresentado um novo cenário em 2020, com um aumento de pessoas interessadas em aplicar na Bolsa de Valores e se interessando mais por esse mercado que antes era visto como algo fora da sua realidade. A atenção voltada para o mundo dos negócios pode inclusive estar ligada no investimento financeiro dos pais para os filhos.

Dados do Banco Central apontam que em 2016 eram apenas 564 mil investidores na Bolsa e, hoje, já se contabiliza quase 3 milhões de pessoas investindo em renda variável. Sendo que entre janeiro de 2016 e janeiro de 2020, o IBOV (índice de desempenho das maiores empresas da Bolsa) subiu mais de 220%.

Ou seja, durante esse período, a maioria das empresas listadas na Bolsa apresentaram uma movimentação forte de alta. Portanto, investimentos com esse potencial de ganho são possíveis no universo fora da renda fixa, longe de qualquer vínculo com a taxa básica de juros, como a SELIC (taxa básica de juros do Brasil).

O analista Matheus Lima, especialista em mercado financeiro e análise gráfica de ações explica que considerando o contexto econômico atual, com a baixa taxa de juros, certamente os melhores investimentos estão na renda variável, na compra de ações na Bolsa de Valores. Em especial, aquele que guardava o dinheiro em poupança, muitas vezes pensando no futuro dos filhos, mas acabou enfrentando resultados negativos.

“Há alguns atrás, quando tínhamos uma taxa de juros de 14% a.a. (ao ano) no Brasil, fazia sentido os grandes bancos fomentarem determinados tipos de produtos. Contudo, o investidor de hoje está sendo instigado a sair da sua zona de conforto em função da SELIC (taxa básica de juros do Brasil) em 2% e a poupança apresentando “rendimentos” negativos, considerando que esse produto rentabiliza 70% da SELIC no ano”, afirma o analista.

Neste cenário, segundo Matheus, com uma taxa de juros de 1,4% a.a. e descontando a inflação IPCA de 2,31% a.a. (dado de agosto/2020), os investidores acabam com um resultado negativo, pois o seu dinheiro parado nesse tipo de “investimento” mais perde valor com o passar do tempo do que ganha com os rendimentos. “O investidor que não se mexer nessa direção, vai ficar para trás apenas vendo seu dinheiro perder valor com o tempo e estagnado em aplicações horríveis oferecidas pelos grandes bancos”, afirma.

Matheus Lima, analista e especialista em mercado financeiro (Foto: Divulgação)

Para o analista, quem estiver interessado em investir, o recomendável é buscar uma Corretora de Valores Mobiliários, por ser uma empresa do mercado financeiro voltada totalmente para a distribuição dos mais diversos produtos financeiros, tanto de renda fixa quanto de renda variável. Algumas corretoras contam, ainda, com um assessor de investimentos que auxilia aqueles que não possuem conhecimento sobre o assunto e sem qualquer custo adicional.

“Porém, é sempre preferível que a própria pessoa inicie uma cultura de investimentos e de estudos sobre o assunto. O mercado financeiro existe a muitos anos, mas sempre foi visto como “coisa de rico”. Sendo que é possível adquirir ações na Bolsa de Valores com menos de R$ 20,00 e, assim, se tornar sócio das maiores empresas do Brasil”, completou.

A orientação é procurar sempre ouvir profissionais sérios do mercado e evitar figuras da internet sem certificação legal para recomendações de qualquer tipo de produto financeiro. “Busque por empresas que comprovem a qualidade do atendimento constantemente e publicamente, para que você receba sempre as melhores análises e recomendações de quem pode fazer isso”, acrescentou Lima.