Economia

Roraima é segundo estado com maior ganho de receita

Estado perde apenas para o Amapá, segundo a pesquisa "Análise da situação fiscal dos estados" da Instituição Fiscal Independente (IFI)

Roraima aparece na segunda colocação no ranking nacional dos estados que obtiveram maior ganho de receita até setembro de 2020. A informação é de acordo com “Análise da situação fiscal dos estados”, divulgado na última quinta-feira, 19, pela Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão vinculado ao Senado Federal. 

O relato é que a situação fiscal dos estados apresentou uma certa melhora em 2020, em função dos maiores repasses da União. A informação é que os recursos mais do que compensaram as perdas de receita tributária durante a crise para a maioria dos entes federativos.

Conforme o levantamento, Amapá, que atravessa uma crise energética há mais de duas semanas, foi o estado que mais registrou ganho de receita com esses repasses no acumulado em 12 meses até setembro, de 27,7% acima da receita tributária. 

Roraima aparece em segundo lugar, com um ganho de 26,1%. Em seguida aparecem os demais estados: Acre (17,8%) e Tocantins (10,9%). 

Por outro lado, Ceará, Santa Catarina e São Paulo não registraram ganhos acumulados de receita no mesmo período e tiveram perdas, respectivamente, de 0,1%, de 0,6% e de 1,7%. O ganho do Distrito Federal sobre a receita tributária com os repasses foi de 2,9%.

O estudo da IFI mostra ainda que, por conta dessas ajudas no meio da pandemia, os estados tiveram superavit primário de abril a setembro de 2020, de acordo com o critério abaixo da linha, medido pelo Banco Central, “No acumulado desses meses, os governos estaduais tiveram superávit primário de R$ 24,1 bilhões, bem acima dos R$ 2,1 bilhões em igual período de 2019”, destacou o documento.

RECURSOS – O auxílio financeiro começou no início de junho e, após quatro prestações de R$ 9,25 bilhões cada, os desembolsos previstos totais de R$ 37 bilhões foram concluídos no início de setembro. Além disso, o adiamento do pagamento de dívidas e de encargos para a União também ajudaram nesse resultado, de acordo com Josué Pellegrini, diretor da IFI e autor do estudo de 42 páginas.

Na avaliação do especialista, a melhora na situação fiscal dos estados é “pontual e circunstancial”, pois esconde o aumento do desequilíbrio fiscal, especialmente, devido ao forte aumento dos gastos com pessoal nos últimos anos. 

“Os repasses da União e a suspensão do pagamento das dívidas e dos encargos ajudaram os estados a melhorarem a receita, mas o problema fiscal não está resolvido. E o mais preocupante é que há um movimento no Congresso para que eles continuem no ano que vem, com o projeto de lei que que trata de novo socorro para os estados, o PLP 101/2020. Isso vai trazer mais problemas para o endividamento do governo federal”, alertou Pellegrini.

Com informações do Correio Braziliense