Cotidiano

Hutukara cobra medidas da Funai e MS para combate ao covid-19

Medida ocorre após informação repassada pelo Ministério da Saúde que cinco indígenas e 16 profissionais do DSEI-Y foram contaminados

A Hutukara Associação Yanomami divulgou nota pública expressando preocupação com os casos de covid-19 nas comunidades e cobrando medidas dos órgãos de Governo. A medida ocorre após informação repassada pelo Ministério da Saúde (MS) que cinco indígenas e 16 profissionais do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Y) testaram positivos para a doença.

Segundo a Associação, entre os profissionais contaminados, uma estava trabalhando no polo base no Alto Catrimani 1 e teve que retornar a Boa Vista.

“Já havíamos sido informados da suspeita que houvessem doentes com sintomas de Covid-19 no Catrimani e hoje (02) soubemos que uma mulher Yanomami que foi confirmada com o vírus. Ela foi removida no dia 24 de abril. Sabemos também que o presidente do Conselho Distrital da Saúde Indígena (Considi) esteve em Surucucus na semana do dia 20 de abril e foi confirmado com covid-19, uma semana depois. Não estamos tendo informações claras sobre o estado de saúde dos indígenas naquela região e os cuidados que estão sendo tomados”, diz trecho da nota.

A Associação também expressa preocupação com os parentes instalados na Casa de Saúde Indígena (Casai), considerando que já há casos confirmados de profissionais que atuam no local e entre os próprio Yanomami, além de reforçar a necessidade de combate ao garimpo ilegal em terra indígena. “Está tendo muitas falhas no cuidado de saúde com nossos parentes. As medidas de contingência precisam ser reforçadas”, afirmam.

Por fim, a Associação convoca os órgãos do Governo, Fundação Nacional do Índio (Funai), Ministério da Saúde (MS), Polícia Federal (PF), Congresso Nacional e Judiciário para adotar medidas de prevenção da saúde dos indígenas, frente a xawara (uma forma de dizer pandemia). “Nós Yanomami não vamos permitir que se repitam as imagens do passado, quando milhares dos nossos morreram pela Xawara dos não indígenas”, finalizou.