Cotidiano

CRM convoca Sesau para esclarecer problemas em hospitais

As situações mais graves envolvem a falta de medicamentos e insumos básicos nas unidades de saúde; Uma visita ao depósito de medicamentos deve ocorrer amanhã

A situação de caos enfrentada por pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde foi novamente tema de reunião promovida hoje, 25, pela manhã pela a diretoria do Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM-RR). A ação contou com a presença de representantes das unidades hospitalares do Estado, Sindicato dos Médicos de Roraima (Simed-RR) e titulares da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau).

Aos veículos de imprensa, a presidente do CRM, Blenda Garcia, informou que há pelo menos três anos o órgão vem tentando buscar esclarecimentos sobre situação da saúde pública junto à Sesau, que neste tempo passou por inúmeras trocas de comando.

Segundo ela, a falta de insumos básicos, medicamentos e equipamentos são os problemas mais comuns denunciados pela população ao Conselho, tendo o HGR a avaliação mais caótica de todas as unidades do Estado.

“Hoje, felizmente, nós conseguimos sentar com o secretário, o Dr. Ricardo [Queiroz Lopes], e o adjunto, Dr. Marcelo [Vasconcelos], eles concordaram que quando eles assumiram a pasta havia um déficit de 80% no abastecimento de medicamentos e insumos. Reforçaram que houve algumas melhorias pontuais nessa situação, mas o que a gente observa é que muitos desses materiais ainda não chegaram às unidades hospitalares, e foi isso que nós frisamos com eles nessa nova reunião”, disse.  

Por conta dessa imprecisão de informações, Blenda reforçou que os membros do Conselho deverão realizar ainda essa semana uma visita pessoal ao depósito de medicamentos da Sesau.

“Os números que eles informam que têm em depósito não batem com os dados fornecidos por toda a classe da saúde. Com isso, foi combinada uma visita ao depósito, para que a gente veja onde está o erro. Hoje eles dizem que já conseguiram fortalecer o abastecimento de medicamentos de 20% para 80%. Possivelmente amanhã nós vamos fazer essa visita e vamos convidar o Ministério Público para estar acompanhando essa situação”, completou.

Apesar de a reunião ter contado com a presença dos dois secretários da Sesau, nenhum deles compareceu para falar com a imprensa.

Outro lado – 

Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde disse que o número de atendimentos realizados nos últimos meses em todas as Unidades de Saúde do Estado vem crescendo consideravelmente. “Boa parte disso se deve à crescente migração de venezuelanos para Roraima, complementado pela falta de apoio do Governo Federal em relação a recursos necessários para que essas Unidades possam comportar de maneira digna, todo o público que procura atendimento, uma vez que independente de nacionalidade, nenhuma pessoa deixa de ser atendida, conforme é preconizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde)” informou.

Segundo a nota, no HGR, por exemplo, foram internados 467 venezuelanos em 2017. De janeiro a abril deste ano já foram 440 internações. Já no Pronto Socorro foram 6.331 atendimentos em 2017, número esse que já passa dos 6.500 nos quatro primeiros meses deste ano.

Na Maternidade, dos mais de 9.000 partos realizados em 2017, 566 foram de mulheres venezuelanas. No primeiro trimestre deste ano mais de 10% dos partos realizados na Maternidade foram em mulheres venezuelanas: 253 de um total de 2.291 partos.

“A Sesau não mede esforços para buscar melhorias, principalmente em relação ao abastecimento das Unidades de Saúde. Nos últimos dois meses foram realizadas duas grandes aquisições, uma no final do mês de abril, quando foram adquiridas 25 toneladas de medicamentos, e outra de materiais médico-hospitalares, no início do mês de junho, quando seis contêineres de produtos foram entregues para as Unidades de Saúde” relatou.

Em busca de manter o abastecimento de forma que não faltem materiais nem remédios para atender os pacientes, vários processos para aquisição de medicamentos estão em andamento na CSL (Comissão Setorial de Licitação) da Sesau. Entre os processos já licitados, estão os de aquisição de medicamentos de uso oral, antissépticos, quimioterápicos, oftálmicos, antiinfecciosos entre outros.

Ressalta que a Sesau está aberta a diálogos com todas as classes do setor no sentido de identificar problemas a serem resolvidos, bem como prestar esclarecimentos sobre as ações tomadas em busca de melhorias para o setor.

A matéria completa você confere na Folha Impressa desta terça-feira, 26.  

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