Cotidiano

Calúnia, fraude e falsas premiações são os golpes mais cometidos em Roraima

É importante o registro do Boletim de Ocorrência nas delegacias para que a polícia faça o mapeamento dos crimes

A internet é a ferramenta que revolucionou a comunicação, os relacionamentos sociais e, sobretudo, as oportunidades de compra e venda de produtos em sites, anúncios de grupo e até mesmo perfis de redes sociais.

No entanto, golpistas aproveitam a ferramenta para aplicar os chamados crimes virtuais. Calúnia, furto mediante fraude e falsas premiações e sequestros são os golpes mais registrados em Roraima.

Segundo o delegado do 1º Distrito Policial, Clayton Alexandre Ellwanger, ainda não existe um número oficial dos registros, uma vez que cada DP é responsável pelos crimes que acontecem na sua região. Ainda assim, ele afirmou que os dois principais crimes cometidos no ciberespaço, e registrados no 1º DP, são os de calúnia e difamação e de furto mediante fraude.

Conforme estatísticas de pesquisas em nível nacional, o crime de furto mediante fraude é o que mais acontece na internet, em que o criminoso consegue obter dados de conta de banco e informações referentes a cartão de crédito para prática de estelionato pela rede, subtraindo valores da conta corrente da vítima, clonando cartões ou fazendo compras em lojas.

Geralmente, os dados são obtidos pelo fishing, espécie de fraude eletrônica. Os golpistas encaminham o programa malicioso por e-mail para captar dados do computador e assim invadir a conta corrente.

Outro crime comum é a falsa premiação ou o falso sorteio. Assim como o falso sequestro, são golpes tipicamente brasileiros. “São tão antigos, mas ainda assim não saíram de moda. Infelizmente, ainda tem gente que acaba caindo neles”, relatou o delegado.

Alexandre explicou que mal havia chegado ao 1º DP para o plantão de sábado e duas mulheres já estavam aos prantos no local. Uma delas disse que havia sido supostamente sorteada e tinha depositado uma quantia de quase R$ 800,00, enquanto a outra estava desesperada por ter recebido uma ligação informando que a filha, que tinha ido ao dentista, havia sido sequestrada.

Apesar dos inúmeros registros, o delegado informou que muitas pessoas acabam não registrando uma situação vivenciada. Ele ressaltou que as estatísticas e informações são essenciais para mapear e coibir os crimes. “Pedimos que a população não tenha vergonha e se dirija à delegacia para registrar. Se não registra, é como se não existisse, a polícia não está sabendo e os criminosos continuam impunes”, frisou. (A.G.G)

Delegado dá dicas para evitar crimes virtuais

Diante da realidade da prática de golpes cibernéticos, o delegado do 1º DP, Clayton Alexandre Ellwanger, deu algumas dicas para evitar ser vítima. Em caso de cair em um golpe, procurar a delegacia mais próxima é o primeiro passo. “Não faça na internet o que não faria na vida real. Falar com estranho, aceitar coisas de estranho, deixar o computador de portas abertas, ou seja, logado ou ligado com a senha ativa”, orientou. “Apesar de boa, a internet é um dos lugares mais perigosos que se pode frequentar”.

FALSA PREMIAÇÃO E SORTEIO – Procurar a fonte, o site real da empresa, entrar em contato com o Serviço de Atendimento ao Cliente e procurar o representante oficial. Perguntar se está tendo sorteio, se alguém for sorteado e, na dúvida, sempre procurar a polícia.

FALSO SEQUESTRO – Pedir um sinal de vida para saber se a pessoa que está do outro lado está viva, características e pedir para falar com a suposta vítima. “Sempre estar desconfiado de tudo”, disse. No caso de falso sequestro, procurar imediatamente a polícia por ser um crime mais grave.

O delegado explicou que os verdadeiros criminosos não ficam ao telefone por muito tempo. “Então, se começar a conversar demais, comece a desconfiar, não tem outra alternativa. São as principais dicas para o falso sequestro”, frisou.  Alexandre Ellwanger também ressaltou que não se deve depositar dinheiro antes de uma confirmação.

Roraima precisa de uma delegacia sobre defraudações e crimes virtuais

Em razão da incidência de fraudes, falsificação de documento público e particular, estelionatos e furto mediante fraude utilizando meios eletrônicos ou documentários, o delegado Carlos Alexandre Ellwanger ressaltou que o Estado já precisa de uma Delegacia de Defraudações, assim como uma para crimes virtuais.

Ele explicou que, como a maioria das fraudes acontece no ambiente virtual, poderia ser implantada uma delegacia integrada, que trabalhe tanto com cibercrimes, como com fraudes. Além disso, a unidade também possa trabalhar além das fronteiras, de forma interestadual, e em parceria com órgãos federais, uma vez que os ataques também provém de outros estados e países.

“É uma realidade e não podemos ficar atrás. Os crimes virtuais são uma eterna briga de gato e rato. Os meliantes estão criando coisas novas e temos que estar colados”, frisou. (A.G.G)