Cotidiano

Centro de Referência ao Imigrante é inaugurado no bairro São Vicente

Estrangeiros, principalmente venezuelanos, terão suporte médico e social, com roupas e espaços de recreação para as crianças

O Centro de Referência ao Imigrante (CRI) foi inaugurado pelo Gabinete Integrado de Gestão Migratória (GIGM), na manhã de ontem, no terreno cedido pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil (Sintracon), na Avenida Surumu, bairro São Vicente, zona Sul da Capital. O objetivo é prestar serviços de assistência social a pessoas com vulnerabilidade alimentar e necessidades médicas, principalmente os venezuelanos em situação de risco.

Segundo o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Edivaldo Amaral, o CRI é um pontapé inicial, idealizado junto à Diocese de Roraima, Fraternidade Internacional, Pastoral e órgãos que irão ajudar no quesito da alimentação e recreação às crianças. Ele ressaltou que não se trata de um abrigo, e sim de um ponto de referência onde os imigrantes possam ter atendimento médico, o que inclui cuidados com a saúde bucal e a higiene, principalmente em relação às crianças, que ficam expostas a inúmeros perigos nos semáforos ou locais públicos.

Além da Pastoral dos Imigrantes e da Diocese estarem coletando donativos, como roupas e outros objetos que ajudem as crianças, o coronel explicou que o governo ainda vai implementar outros centros nos bairros que precisam desse serviço, uma vez que os imigrantes estão dispersos em vários pontos da cidade. Apesar de não ter uma quantidade precisa de atendimentos que devem ser feitos, a estimativa é atender mais de cinco mil imigrantes no CRI inaugurado e nos outros que devem ser implantados.

Somente durante a manhã, dezenas de imigrantes foram atendidos no CRI. Conforme o coronel, os que foram atendidos continuarão indo e novos imigrantes devem chegar durante os próximos dias. Em razão da demanda, novas tendas serão providenciadas, uma vez que o espaço cedido pela Sintracon já se tornou pequeno. O coronel Amaral explicou que o local foi fornecido por três meses, prazo que pode ser prorrogado por mais três.

“O objetivo é conseguir um espaço maior, sem estimular a vinda de mais imigrantes ao Estado, uma vez que o Centro não é abrigo”, frisou. Segundo o comandante, o intuito é dar o mínimo de dignidade às pessoas que estão nos semáforos, perambulando pela cidade todos os dias pedindo dinheiro e sem receber qualquer olhar do poder público e da sociedade organizada.

O GIGM trabalhou junto aos imigrantes com o Centro de Atendimento ao Migrante, funcionando como Unidade Móvel pela Capital, e outros dois localizados em Pacaraima, Norte do Estado, na fronteira com a Venezuela, e na Secretaria de Trabalho e Bem Estar Social (Setrabes). Em pouco mais de um mês de trabalho, mais de dois mil venezuelanos foram cadastrados.

EMERGÊNCIA – O comandante do Corpo de Bombeiros ressaltou que o Governo do Estado deve decretar emergência na saúde de Boa Vida e Pacaraima a fim de chamar a atenção do Governo Federal para que o mesmo envie recursos destinados a melhorias nas estruturas e atendimentos, bem como um Hospital de Campanha. “A Força Nacional de Saúde deve vir ao Estado e verificar que, se não houver intervenção, a saúde de Roraima vai entrar em colapso. A demanda na área é grande, devido à migração em massa”, frisou. (A.G.G).