Cotidiano

Comissão quer incentivar doações

A conscientização será massificada entre grupos especiais que podem atuar como difusores da prática

Em pleno funcionamento no estado, este ano a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Cihdott) pretende realizar ampla campanha de conscientização para que as pessoas entendam a importância da doação de órgãos. 

A informação foi repassada pela enfermeira que integra a comissão, Ana Paula Machado. Ela destacou que a central de captação instalada no Hospital Geral de Roraima (HGR), tem trabalhado para esclarecer a população.

A doação possibilita a continuidade da vida para milhares de pessoas que esperam por transplante. Em fase seguinte, a Comissão espera coletar e enviar os órgãos a pessoas compatíveis conforme dados do cadastro nacional de doadores.

“Para ser doador de órgãos, não existe burocracia! Basta que em vida a pessoa manifeste aos familiares o desejo de ser doador, visto que a decisão final é da família. Os órgãos captados são distribuídos conforme lista de espera gerenciada pelo Ministério da Saúde. Por isso, vamos iniciar o ciclo de palestras entre acadêmicos, pacientes em tratamento, alunos da rede pública de ensino e profissionais de saúde, para que sejam nossos disseminadores, ajudando inúmeros pacientes em todo o país”, explicou.

Ana Paula destacou que para a doação de órgãos e tecidos de pessoas falecidas o processo se dá após a confirmação da morte encefálica, conforme resolução do CFM 2173/2017. Normalmente, esses casos são de vítimas de acidente com traumatismo craniano, ou acidente vascular que evoluíram para morte encefálica.

“Nosso objetivo é trabalhar na conscientização do maior número de pessoas, orientando sobre quem pode doar e o que pode ser doado. O tema em si é difícil de ser discutido com familiares e amigos, mas é necessário. Qualquer que seja seu desejo e esclarecidas as dúvidas, é importante que a família saiba disso”, orientou.

METAS – Ana Paula informou que com o trabalho a ser intensificado em 2018, a meta é que as famílias, após conhecerem a importância da doação de órgãos e de como é feito o processo de conservação e envio para transplante em receptor compatível, Roraima contribuirá para reduzir a espera de pessoas que aguardam na fila do SUS para receberem um órgão.

“Conforme dados da Central de Regulação do tratamento fora de domicílio em Roraima, a cada ano, cerca de 50 pessoas se deslocam a outros estados para receberem um órgão compatível com base no banco nacional. Quando começarmos efetivamente as doações, após a intensificação desse trabalho também estaremos contribuindo para a redução dessa espera”, mencionou.

NACIONAL – O balanço apresentado pelo Ministério da Saúde informa que no primeiro semestre de 2017 o país bateu recorde de doador por milhão, com 1.438 doadores, 7,4% a mais que no mesmo período de 2016.

Essas doações possibilitaram a realização de 12.091 transplantes entre janeiro e julho, registrando aumento nos procedimentos de órgãos mais complexos, como pulmão (31%), fígado (6%) e coração (7%).

Atualmente, 89% dos transplantes de órgãos sólidos são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tornando o Brasil referência mundial no campo dos transplantes do maior sistema público do planeta.

Conforme o Ministério da Saúde, mais de 40 mil pacientes cadastrados na lista do Sistema Único de Saúde (SUS) estão à espera de um órgão no Brasil. A estimativa de sobrevida dos pacientes depois de cinco anos da cirurgia é de 60% nos casos de transplante de fígado e pulmão; 70% para cirurgias de substituição do coração; e 80% para os renais.