Compra de voto e boca de urna podem interferir mais que rejeição

Resultado da pesquisa Ibope que mostrou empate técnico entre os candidatos deixou a disputa para o Senado acirrada

A pesquisa estimulada de intenção de votos Ibope (Inteligência, Pesquisa e Consultoria Ltda.), divulgada ontem, 18, pela Rede Amazônica, retransmissora da Rede Globo, apontou um empate técnico entre cinco dos 11 candidatos que disputam as duas vagas para o Senado.

Segundo o cientista político e professor universitário Roberto Ramos, a questão da rejeição, apesar de não ter sido divulgada pelo instituto, pode definir os dois votos ao Senado.

“A questão da rejeição tem um peso muito forte quando você pergunta ao eleitor em quem ele não votaria de jeito nenhum e pode determinar quem vence, por exemplo, uma disputa ao senado”, explicou. 

Para Ramos, o que torna essa eleição diferenciada e pode ter um grande impacto no resultado das urnas é o fato de que ainda temos uma disputa muito marcada pelo clientelismo e pela compra de votos durante o processo eleitoral.

“É claro que o TRE costuma fazer campanhas quase todos os anos para que o eleitor não venda seu voto. Apesar disso, em contextos como o nosso, onde a compra de votos principalmente no dia da eleição é algo corriqueiro, reduz a probabilidade de que essa questão da rejeição tenha peso maior no processo. Ou seja, mesmo não querendo que determinado candidato seja Senador, mas frente uma oferta econômica, o eleitor pode mudar o voto e isso faz diferença de um eleitor que não depende do recurso político, ou seja, não enxerga o processo eleitoral como moeda de troca. Aí sim, a rejeição e um candidato teria um peso marcante para ele não ser reeleito”, analisou.

Ramos diz que a compra de votos e a boca de urna podem alterar o resultado.

“Favorecendo quem tem mais recursos e quem investe mais na boca de urna na eleição. É um peso significativo e se tivesse maior controle sobre isso, a taxa de rejeição iria se sobressair a ponto de definir a eleição e um candidato”, frisou.

PESQUISA – Pelo resultado da pesquisa, o candidato Mecias de Jesus (PRB), está na frente na disputa para o Senado, com 30%. Em segundo lugar, aparece a candidata Ângela Portela (PDT), com 29%, o mesmo percentual obtido por Chico Rodrigues (DEM).

O senador Romero Jucá (MDB), candidato à reeleição, está em 4º lugar na intenção de votos com 28%, seguido de perto por Luciano Castro, com 25%, configurando empate técnico. O pastor Isamar Ramalho (PSL), com 10%; Júlio Martins (PTB), com 3%; Christian Santos (Patriotas), com 3%; Telma Taurepang (PCB), com 2%; Rudson Leite (PV), também 2%, Lourival (PSTU), 1%, já ficam bem atrás dos concorrentes. Os votos Branco/Nulo para a Vaga 1 aparecem com 7%; e Branco/Nulo para a Vaga 2, com 13%. Os que não sabem totalizam 18%.

Na pesquisa Espontânea (em que o pesquisador somente pergunta ao eleitor em quem ele pretende votar, sem apresentar a relação de candidatos), o resultado foi o seguinte:

Mecias de Jesus (PRB), com 22%; Romero Jucá (MDB), com 22%; Chico Rodrigues (DEM), 20%; Ângela Portela (PDT), com 17%; Luciano Castro (PR), com 17%; Pr. Isamar Ramalho (PSL), 6%; Júlio Martins (PTB), 1%; Christian Santos (Patriotas), 1%; Lourival (PSTU), 0%; Rudson Leite (PV), 0%; e Telma Taurepang (PCB), 0%. Outros totalizaram 2%. Os Branco/Nulo são 13% e não sabem, são 42%.

A pesquisa está registrada sob os números TRE/RR-03455/2018 e TSE/BR‐07549/2018. O Ibope ouviu 812 pessoas em todo o estado, no período de 13 a 16 de setembro.

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