Política

Denarium reúne com Bolsonaro e pede renegociação de dívidas

O governador eleito de Roraima, Antonio Denarium (PSL), defendeu uma repactuação da dívida do Estado durante reunião com o presidente eleito Jair Bolsonaro. O encontro realizado nessa quarta-feira, dia 14, teve como temas principais a reestruturação da economia e a desburocratização, com base nas reformas da Previdência e do sistema tributário. O encontro a portas fechadas aconteceu logo após a abertura do fórum de governadores realizado em Brasília (DF), onde foi elaborada uma carta dos governadores como forma de um registro para o governo eleito.

Denarium defendeu um pacto federativo, para organizar as contas do estado, que estão no vermelho. Com o agravamento da situação fiscal das unidades federativas, os gestores pleitearam junto a Bolsonaro a renegociação da dívida dos Estados, medida considerada primordial pelos governantes para que as contas estaduais voltem a se equilibrar.

O governador eleito de Roraima destacou que o estado tem demandas muito específicas, como o fornecimento de energia elétrica, o tráfico de drogas nas fronteiras e a migração venezuelana.

 “Nossa sugestão é que faça uma repactuação da dívida pública. Eu levantei as demandas de Roraima em relação à energia, migração venezuelana, regularização fundiária e outros assuntos mais ligados ao governo federal, além da repactuação da dívida pública. Queremos alongar o prazo da dívida sem pagar taxa e ter uma carência também para iniciar o pagamento, pois isso vai provocar uma retomada do crescimento do Brasil automaticamente e logo os estados vão, em um futuro próximo, começar a quitar essa dívida pública”, destacou.

“Também foi muito importante nos aproximarmos mais dos governadores eleitos para trocar experiências”, disse Denarium, em entrevista para a Folha.

Bolsonaro, que é do mesmo partido que o governador eleito, o PSL, deixou um recado em relação ao pedido de ajuda dos governadores presentes, para colocar as contas dos estados em dia, e disse que “a partir desse momento, não existe mais partido. Nosso partido é o Brasil”.

Questionado sobre a crise financeira dos Estados, outra preocupação dos gestores, afirmou que a prioridade é garantir o equilíbrio fiscal do governo federal. “O Brasil precisa desamarrar sua economia para voltar a crescer, aí se geram recursos novos através de impostos, e isso vai atender tanto o governo federal quanto os Estados”, declarou. Sobre o mesmo tema, Bolsonaro disse: “O que eles querem, eu também quero: dinheiro”.

AUSÊNCIAS – Sete governadores do Nordeste faltaram ao encontro, mas Denarium não considera as ausências como falta de apoio ao novo presidente. “Aqueles que não vieram é porque tinham outras agendas dentro e fora do encontro com governadores”.

PRÓXIMOS PASSOS – O próximo fórum de governadores será no dia 12 de dezembro, em Brasília. Em pouco mais de três semanas, cada governador comprometeu-se a conversar com sua bancada para aprovar propostas de interesse comum em tramitação no Congresso.

Também definiram que vão aprimorar a pauta discutida hoje com a elaboração de uma carta conjunta em que destacaram 12 pontos: segurança pública e sistema penitenciário, servidores públicos e folha de pagamento, reforma administrativa, reajuste da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) e a prorrogação do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Básico (Fundeb), previsto para ser encerrado em 2020. O Fundeb é uma ajuda financeira repassada pela União para auxiliar os estados a manter o ensino básico.

Governador eleito diz que Roraima não suporta mais migração

Antonio Denarium (PSL) disse que o Estado “não suporta mais” a crise migratória venezuelana. “O governo federal tem que ver esse problema como um problema do Brasil. O Estado de Roraima não suporta mais ficar sozinho e tratar dessa questão”, disse.

Além disso, o governador eleito afirmou que Roraima está sendo penalizado por questões ambientais e indígenas. Para ele, o fato de 46% do território do Estado ser destinado a áreas indígenas pode dar surgimento a uma nova nação e que isso “é um grande risco para a soberania” do Brasil.

O futuro governador acrescentou que a preservação ambiental de 20% da área de Roraima “tem atrapalhado o desenvolvimento do nosso Estado”.

Perguntado sobre o que defende, em relação à demarcação de terras indígenas, o governador eleito de Roraima disse que é preciso buscar acordo com os povos tradicionais.