Cotidiano

Diretor diz que é necessário mais pontos para atendimento

Estrutura continua a mesma de 30 anos atrás, o que, segundo o diretor, explica a superlotação; para ele, Boa Vista precisa de mais locais para esse tipo de serviço

Após a retomada do serviço de emissão de identidades no Instituto de Identificação da Polícia Civil de Roraima Odílio Cruz, em 17 de dezembro, uma consequência quase inevitável ocorreu: a superlotação, que está se repetindo em janeiro e vem gerando mais de quatro horas de espera para o atendimento.

O autônomo Thiago Silva, por exemplo, contou que, no horário em que foi abordado pela equipe de reportagem, já estava esperando ser atendido há seis horas. Ele também explicou que mesmo após horas aguardando do lado de fora, ainda seria preciso pegar uma senha e esperar na parte interna do instituto.

“Estou aqui na fila desde as quatro da manhã. E já tinha gente aqui quando cheguei. Eu sei que nessa época do ano costuma lotar de pessoas por ser período de férias ou recesso, mas como só agora que estão atendendo às demandas de outros meses, aí é que fica difícil mesmo aguentar esse calor aqui fora”, contou.

Segundo o diretor do Instituto de Identificação, David Menezes Filho, aproximadamente 210 atendimentos estão sendo feitos por dia em Boa Vista. Na sede, ao lado do Instituto Médico Legal (IML), ocorrem em torno de 140 e na Casa do Cidadão, no Pintolândia, são mais de 60.

“A nossa estrutura continua a mesma de 30 anos atrás, então a questão da superlotação é compreensível. Os atendimentos ocorrem com uma média de dez minutos, resultando em seis por hora. Como abrimos das 7h30 até as 13h30, são pelo menos 60 em horário de expediente e o resto são aqueles que são atendidos em hora extra por já terem pegado senha. Além disso, nem sempre demora somente dez minutos, pois uma criança, por exemplo, requer um trabalho mais atencioso, e o idoso, às vezes, pode apresentar problemas na hora de colocar o dedo para identificação do sistema”, explicou.

Menezes também explicou que trabalhar com atendimento prioritário também vem sendo um desafio, uma vez que a fila de prioritários, por mais que seja de necessidade, pode acabar afogando ainda mais demandas se não houver um controle logístico.

“Dos 140 atendimentos que prestamos, 30 são para prioritários. Nós costumamos deixar essas 30 senhas separadas das outras normais, pois se não houver esse cuidado antecipado, pode acabar gerando tumulto entre filas”, afirmou.

Menezes destacou que os atendimentos estão ocorrendo até aproximadamente as 14h30 para aqueles que conseguem pegar ficha para fila interna até o fim do expediente, às 13h30. Ele também comentou que não depende só do instituto para resolvermos essa demanda reprimida, pelo menos no curto prazo.

“Precisamos que haja um apoio de gestão para o nosso efetivo ou algum órgão que possa fazer uma parceria para criar um terceiro ponto de emissão na capital. Estamos com poucos funcionários e uma estrutura que, infelizmente, não favorece quem acaba tendo que esperar por tantas horas”, complementou.

Ainda de acordo com Menezes, em São Luiz, no Sul do Estado, as emissões de identidade ocorrem dentro do hospital municipal.

“Então, o que eu digo é que há como criar um terceiro ponto que desafogue isso daqui, ainda mais em uma cidade onde as demandas estão ficando mais frequentes e geram filas cada vez maiores aqui”, reforçou. (P.B)