Cotidiano

Dívida da Caerr pode chegar a R$ 400 milhões

Em razão dessa situação, a empresa adotará pacote de medidas que inclui corte de pessoas e cobranças de clientes públicos e domésticos

Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira, 28, o diretor-presidente da Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caerr), James Serrador, disse que a dívida acumulada que a estatal possui atualmente pode chegar à casa dos R$ 400 milhões, e que em razão desta situação, vai adotar um pacote de medidas para livrá-la de sua aguda situação de crise.

“Dessa dívida, cerca de R$ 240 milhões são ações contra a empresa, movidas pela Fazenda Nacional, Receita Federal, Eletrobras e clientes, e cerca de R$ 11 milhões com fornecedores diretos. Então, nós temos um endividamento muito elevado, decorrente de um déficit anual que a empresa possui, comprometendo a possibilidade de honrar com os nossos compromissos, e isso nos obriga a fazer um corte histórico para que a Caerr consiga pagar esses fornecedores e os tributos obrigatórios”, disse.  

Entre os principais desafios do plano está o enxugamento da folha de pagamento. A empresa tem gastado, em média, R$ 4,2 milhões com quadro de pessoal e quase R$ 3,7 milhões anuais com horas extras. Serrador adiantou que a empresa deverá fazer cortes de pessoal, revisar pagamento de adicionais e a Caerr passará a funcionar em dois horários.

Outra medida para reduzir o endividamento existente é a cobrança de consumidores públicos e privados, que hoje é de mais de R$ 120 milhões. Haverá também maior rigor para aqueles que cometem crimes relacionados à implantação de ligações clandestinas, sendo que esta última ação será trabalhada em parceria com a Polícia Civil.

“Precisamos enxugar a folha de pagamento, reduzir perdas na ordem de 60%, cobrar as nossas dívidas, tanto do poder público quanto dos consumidores domésticos, industriais e comerciais, e melhorar a nossa arrecadação. Hoje nós temos um déficit de 26 milhões entre o que nós faturamos e o que nós arrecadamos, temos cerca de R$ 120 milhões de créditos junto ao Governo do Estado, Prefeituras e consumidores e a gente precisa ter ações efetivas para cobrar essas pessoas e trazer esses recursos para a Caerr, para que a gente consiga equilibrar essas contas, pagar os fornecedores, a folha de pessoal bruta em dias e honrar com os nossos compromissos”, completou.

Por fim, o diretor-presidente descartou a possibilidade de aumento na tarifa de água dos consumidores. A matéria completa você confere na Folha Impressa deste sábado, 29.            

Colaborou a repórter Ana Paula Lima.