Polícia

Dois são presos com quase dez quilos de skunk e pistola

Eles eram responsáveis por manter o abastecimento dos pontos de vendas de entorpecentes nos bairros São Bento, Bela Vista e Nova Cidade

Mais uma integração das polícias de Roraima possibilitou acabar com a atuação de dois indivíduos na chefia do tráfico de drogas em Boa Vista. Ambos foram presos na tarde de quarta-feira, 2, e eram os responsáveis por manter o abastecimento dos pontos de vendas de entorpecentes nos bairros São Bento, Bela Vista e Nova Cidade. Eles estavam com quase dez quilos de skunk e foram identificados como Gerlã Gomes Feitosa, de 22 anos, e Flávio Soares de Oliveira, de 25, vulgo “Maionese”.

Conforme as investigações da Polícia Civil, o líder do esquema criminoso atuava como “empresário do tráfico” e o que era arrecadado no crime vinha sendo aplicado para compra de veículos, que eram revendidos, fazendo a lavagem de dinheiro. Desde outubro do ano passado, os policiais recebiam informações de que os dois elementos estavam encabeçando ações do tráfico. Inclusive, em 15 de outubro, duas pessoas foram presas na casa de Gerlã Feitosa com drogas e dinheiro, mas ele não estava no local.

As investigações tiveram continuidade e mais informações foram levantadas para subsidiar os trabalhos da polícia. De acordo com o titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), Leonardo Barroncas, Gerlã seria uma espécie de “chefe do tráfico” e, com a ajuda de Flávio, coordenava a venda de drogas em alguns pontos nos três bairros.

Flávio era uma espécie de funcionário de Gerlã e exercia a função de administrador da negociação dos entorpecentes, chegando a receber salário pela atividade ilícita. A polícia conseguiu levantar que pelo menos dez quilos de drogas eram adquiridos todos os meses pela dupla, para então fazer a distribuição e recolhimento do dinheiro.

A ação foi deflagrada na tarde do dia 2 e se encerrou durante a noite, sendo coordenada pela DRE, do Departamento de Narcóticos (Denarc) da Polícia Civil, com apoio da Divisão de Inteligência e Captura da Secretaria de Justiça e Cidadania (Dicap/Sejuc) e policiais do Departamento de Informação e Inteligência da Polícia Militar (DII/PM). (J.B)

Polícia deu detalhes de como chegou aos criminosos

Gerlã Gomes Feitosa e Flávio Soares de Oliveira foram autuados em flagrante (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Uma verdadeira operação foi montada para prender os autores do tráfico. Por volta das 15h de quarta-feira, os policiais fizeram campana próximo às casas de Gerlã Feitosa e Flávio de Oliveira, no bairro São Bento. Após confirmarem a movimentação na residência de Flávio, que estava na companhia de Gerlã, e perceberem a atitude suspeita dos dois, os policiais realizaram a abordagem.

Eles foram flagrados no exato momento em que, por telefone, atendiam os usuários, no famoso “disque-drogas”. Gerlã ainda tentou fugir, mas foi detido. Ele tentou inutilizar seu celular, jogando no chão e destruindo a tela, para evitar uma perícia, mas o aparelho foi apreendido.

Os policiais entraram na residência de Flávio de Oliveira, onde apreenderam 17 pacotes de drogas envolvidos em filme plástico. Todo o material estava dentro de uma mala de viagem preta e pesava cerca de dez quilos de skunk, a supermaconha. Também foram apreendidos uma balança digital, um simulacro de pistola, dois celulares, apetrechos para embalar drogas e R$ 1.359.

O dinheiro estava em poder de Gerlã. Flávio confessou que recebeu dele uma maleta de drogas no dia 1º deste mês, para poder guardar e organizar as vendas. Pelo serviço, receberia R$100 por dia.

Gerlã Feitosa inicialmente optou por somente falar em juízo, mas, em depoimento ao delegado Leonardo Barroncas, negou todas as acusações. Os dois foram autuados em flagrante por tráfico de drogas e associação para o mesmo crime, previstos nos artigos 33 e 35 da Lei 11.343/06. Na manhã de ontem, 3, foram levados para audiência de custódia, mas a Justiça decidiu liberá-los.

DENÚNCIA – Quem tiver informações que possam ajudar a Divisão de Inteligência e Captura (Dicap) a localizar foragidos, pode denunciar pelos telefones 0800 278 0130 ou 99139-9529 (WhatsApp). A identidade do denunciante será mantida em absoluto sigilo. (J.B)