Economia

Crescimento econômico deve ficar entre 1,5% e 2% para 2022

Números não devem ultrapassar esse percentual por conta da capacidade energética do Estado, que apesar de vir melhorando, ainda não é o suficiente para bancar um crescimento da economia acima das expectativas

Em entrevista ao Programa Agenda da Semana, na Rádio Folha FM 100.3, o doutor em relações internacionais e Desenvolvimento Regional e Econômico, Haroldo Amoras, afirmou que a expectativa é que o crescimento da economia de Roraima em 2022 fique entre 1,5% e 2%. Para ele, esse percentual não deve ser ultrapassado por conta de alguns gargalos como por exemplo, a questão energética. 

“As previsões estão postas e acredito que devam ser alcançadas, mas não ultrapassadas. Roraima ainda não tem segurança energética para atrair mais crescimento, apesar de já ter andado bastante com a construção de algumas usinas de fonte renovável, como a Jaguatirica II que opera com gás natural. No entanto, precisamos estar interligados ao sistema nacional por meio do Linhão de Tucuruí, que desde 2013 ainda não saiu do papel, para podermos experimentar um crescimento superior ao previsto para o próximo ano”, assegurou. 

Outro fator que deve manter o crescimento dentro das expectativas é a disputa eleitoral. “Será um confronto polarizado, que nos faz lembrar da política feita por aqui há 30 ou 40 anos. Isso faz parte do jogo democrático, não há porque se apavorar, mas é necessário que tenham forças que venham fazer uma mediação justa e criteriosa e a imprensa é fundamental nesse processo”, pontuou Amoras. 

Comparada ao cenário nacional, o doutor em relações internacionais, ressaltou que a economia de Roraima ainda é a menor e a mais dependente de repasses, porém que de forma local vem aumentando. 

“Somos uma economia de 650 mil habitantes e de R$ 16 bilhões, é pequena do ponto de vista nacional, mas que em termos locais vem crescendo. Peguei como indicador a arrecadação. A arrecadação em Roraima nos últimos três anos aumentou expressivamente, saltando de R$ 1 bilhão em 2017 para R$ 1,5 bilhão em 2020 e podendo chegar a R$ 2 bilhões em 2021, isso envolvendo toda a receita tributária e transferências. Se o ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] aumentou, foi porque o faturamento também aumentou. Se o faturamento teve alta, foi porque o  consumo das famílias também aumentou”, analisou.

Exportações
 
Outro indicador que colaborou para o crescimento nos últimos três anos foi o Comércio Exterior. “Em Roraima, no ano de 2017, as exportações eram US$ 50 milhões. Em 2020, a exportações explodiram e foram para US$ 180 milhões.  Em 2021, temos até setembro, US$ 190 milhões, podendo fechar o ano em US$ 200 milhões”, contabilizou Amoras. 

Boa parte das exportações são para a Venezuela. “Desse volume total de exportações, 95% é para o país vizinho, que está com as relações estremecidas com a Colômbia, o que facilita para a nossa economia que de certa forma supre essa demanda. Porém, é importante ressaltar que boa parte dos produtos exportados não são originados aqui em Roraima, são reexportação”, informou.