Economia

Especialista dá dicas para organizar o orçamento e não ficar no vermelho

Entenda a importância da educação financeira neste começo de ano para não prolongar dívidas nos próximos meses

Todo começo de ano é de preocupação com as contas a pagar, principalmente com IPVA, IPTU e as da fatura do cartão de crédito com os gastos de dezembro. Esta despesa costuma ser alta por conta das festas de final de ano. Somam-se a isso dívidas antigas não quitadas e as incertezas diante da crise trazida pela pandemia, o que aumenta a importância de poupar ao longo do ano. 

Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias brasileiras com dívidas passa de 70%. “Esse índice tende a subir caso as pessoas não se conscientizem sobre um planejamento financeiro desde o começo do ano, para quitar as dívidas e pagar todas as contas que vão chegar ao longo de janeiro”, observa Thaíne Clemente, Executiva de Estratégias e Operações.

Pensando nisso, a especialista listou 6 dicas para equilibrar as finanças e fazer um bom planejamento para 2022.

1.  Décimo Terceiro

Ao receber a última parcela no mês de dezembro, o ideal é guardá-la para essas contas recorrentes que costumam vir no mês de janeiro, como o IPTU. “Quem ainda tem essa parcela ou uma parte dela que seja, pode direcionar para esses pagamentos”, aconselha Thaíne.

2.   Planilha de salário

A recomendação é planilhar todas as saídas fixas do mês, como água, luz, aluguel, gasolina, mercado, sem esquecer de incluir a fatura do cartão de crédito usado em dezembro. “Feito isso, caso sobre dinheiro após o pagamento dessas contas, a orientação é poupá-lo como uma reserva emergencial que pode ser necessária durante o ano, para então poder pensar nos “luxos” sem ficar no vermelho”, pontua a especialista.

3.  Vencimento das despesas

É importante ficar atento às datas de vencimento das contas a pagar e, mesmo que elas sejam só para o final do mês, deixar o dinheiro recebido no início guardado para isso. Já para quem recebe no meio ou final do mês, o ideal é manter as datas de vencimento entre os dias 20 e 30. “Essas datas costumam ser negociáveis, portanto, fica a critério do pagador avaliar os melhores dias, conforme recebimento da renda”, explica Thaíne.

4.   Volta às aulas

A principal dica é reaproveitar materiais antigos, ver se sobrou algum caderno mais “inteiro” do ano passado, canetas e lápis com pouco uso, além dos materiais que não estragam com facilidade e rapidez, como tesoura, apontador, régua, etc. “Para as novas compras, faça pesquisas, de preferência online, que costumam ser mais em conta. Faça simulações em diversos sites e opte pelo melhor preço. Por fim, não deixe para a última hora, pois quanto mais perto da volta às aulas, mais as lojas costumam subir os preços”, alerta a especialista.

5.  Férias

Como muitas famílias só conseguem viajar durante as férias escolares, caso esteja com dívidas e baixo orçamento, opte por destinos dentro da sua própria cidade ou perto dela, caso ainda não tenha planejado nada. “Outra saída é abrir mão de viajar no verão e começar agora a organizar a viagem para as férias de julho, pois as chances de encontrar bons pacotes e preços mais em conta são maiores”, sugere Thaíne.

6.  Renegociação de dívidas 

Se uma família tem dívidas diversas, com credores diferentes, pode ser conveniente unificá-las junto a um credor único, com uma parcela que não comprometa uma parte tão grande do orçamento mensal. “Hoje as facilidades para renegociar dívidas são maiores e os juros certamente serão menores do que aqueles trazidos pelo cheque especial e pelo cartão de crédito. Mas isso deve ser feito como uma forma de quitar as dívidas com mais tranquilidade e não como um meio de fazer sobrar renda para novas dívidas”, reforça a especialista.