Esporte

Rigoberto foi hepta do Estadual de RR, passou por Palmeiras e Botafogo-PB

Ex-atacante foi tricampeão roraimense pelo Atlético Roraima e marcou 70 gols em jogos pelo Roraimão

Damos início a uma série de reportagens especiais sobre o “paradeiro” de grandes ídolos do futebol roraimense. Começamos pelo ex-atacante Rigoberto, 45, que atropelou seus adversários vestindo a camisa do Atlético Roraima, onde encerrou a carreira em 2017 e foi tetracampeão estadual – 2001/2002/2003 e 2007.

Conquistou sete Estaduais de RR: Campeão por Baré (1993) e Rio Negro (2000). Pelo Mundão conquistou seu último título, em 2012. Atualmente reside em Boa Vista (RR), onde nasceu e se criou. É funcionário público e formado em gestão pública. Integra a Associação de Futebol Roraimaster, onde bate sua “pelada” de fim de semana.

Rigoberto deu seus primeiros passos no futebol, em meados de 1991. Na escolinha do “Escadinha” do Alírio Sodré. O famoso revelador de talentos “Ribeirão” levou o jogador para o juvenil do Baré. Com 16 anos foi campeão roraimense pelo time principal colorado. Fazendo gol na final de 1993: 3 a 2 sobre o Atlético Roraima, onde faria história anos mais tarde.

Time do coração? Resposta difícil para o ex-craque. “Fui criado no Baré. Mas, minha história foi bem valorizada no Roraima, que tem meu coração e me valorizou. Um pedaço dos dois”, sorriu Rigo.

“Macuxi no Palestra Itália”

Rigoberto foi convocado para Seleção de Roraima por Toninho Silva, em 1995. O atacante foi destaque em uma turnê de amistosos do Japão. No retorno ao Brasil, o intérprete da delegação que era diretor no Palmeiras, propôs um teste para Rigoberto, na Barra Funda.

“Aceitei ficar em São Paulo com ele, assim fazendo teste e passando. Fiquei no Palmeiras por seis meses, porém, depois da Taça Belo Horizonte, o grupo inteiro foi dispensado. Vestir a camisa de um gigante como o Palmeiras se trata de um sonho realizado. Foi tudo muito inesperado”, relembrou Rigoberto.

A passagem de Rigoberto por solos paulistas não se resumiu ali. Recebeu convite para disputar Série B1 do Campeonato Paulista de 1995, pelo Sertãozinho. Com apenas 19 anos, marcou seis gols em meio aos profissionais. Voltou para RR em 1996. Foi repatriado pelo Índio da Consolata. Mas, foi pelo Rio Negro, em 2000, que voltou a ser campeão roraimense.

“Ídolo do Roraima na geração profissional”

Pelo Tricolor da Mecejana, o ex-craque construiu sua maior história no futebol profissional. Marcou mais de 70 gols pelo time da capital. Um deles, o do título do Estadual de 2007. Por lá, além de conquistar tetracampeonato estadual, “Rigo” foi crucial em jogos válidos por Copa do Brasil.

Em 2003, o Atlético Roraima perdeu por 2 a 1 do Vitória-BA de Alan Delon e de Zé Roberto (campeão brasileiro pelo Flamengo, em 2009), no estádio Canarinho, pela 1° fase da Copa do Brasil. Os macuxis tiveram o direto de jogar a partida de volta. No Barradão, os roraimenses saíram na frente, com gol de Rigoberto. Mas, os baianos viraram para 4 a 1 e foram à fase seguinte.

Em 2004, o Atlético Roraima duelou contra o Sport Recife do atacante Valdir Papel (ex-Vasco da Gama) e perdeu por 2 a 1 no Canarinho. Rigoberto guardou o seu gol contra o time da Ilha do Retiro.


Rigoberto afirma que geração milionária da “Parmalat” fechava o espaço para base do Palmeiras. (Foto: Arquivo pessoal)

“Tem moral no Piauí”

Rigoberto também virou ídolo no Piauí. Vestiu manto do Botafogo-PB, mas em Teresina é reconhecido nas ruas. Pelo time do Picos foi artilheiro e campeão piauiense da Série B, em 2007. No ano de 2008, o Picos foi vice da elite estadual e garantiu vaga na Série C. Também atuou por Comercial-PI e Flamengo-PI. Mas, com a camisa do Picos elegeu o seu gol mais importante na carreira e o marcador mais “ferrenho” que enfrentou, o volante Everton Marinheiro, o “Índio” do River-PI.

Em 2008, no certame nacional houve uma troca no comando do Picos. Saiu o técnico Peu, amigo de “Rigo” entrou o treinador Pedro Manta. Tarde de estreia contra o Horizonte (CE), jogo empatado em 0 a 0 dentro de casa.

“O treinador queria me substituir mesmo contra a torcida. Então meu companheiro Welington já estava na beira do campo para entrar e esqueceu de assinar a súmula. Vir que eu ia sair. Pedir para Deus me dar só uma bola. Aí nesse ataque chegou ela [bola] e subiu. Fiz de bicicleta um golaço. Aí o treinador não me tirou mais do jogo e vencemos com esse gol”, contou Rigo. 


Macuxi virou ídolo no Piauí, vestindo camisa do Picos. (Fotos: Arquivo Pessoal)