Cotidiano

Empresa aérea atrasa despachos

Os passageiros da empresa área que vêm para Roraima têm prioridade com suas bagagens e os despachos estão em segundo plano

FABRÍCIO ARAÚJO

Colaborador da Folha

Clientes da Gol Log procuraram a Folha para fazer reclamações sobre o serviço da empresa de transporte de cargas e logística quanto à entrega de despachos. De acordo com um dos clientes, Antônio Evaldo, a informação obtida é que está havendo um corte de pesos. Os passageiros da empresa área que vêm para Roraima têm prioridade com suas bagagens e os despachos estão em segundo plano.

No caso de Evaldo, o material que deveria receber é necessário para um evento organizado por sua produtora. O material foi despachado do Rio de Janeiro, no dia 19 de novembro, mas está preso em Brasília desde então.

“Mas em segundo plano por quê? Essas cargas também são pagas. As pessoas estão sendo prejudicadas. Um exemplo sou eu, que tenho uma empresa de produção de eventos, tenho um evento amanhã (hoje) e corro o risco desse material não está aqui a tempo”, relatou Antônio.

Mesmo o material chegando nessa madrugada, o evento já está prejudicado, pois foram dois dias perdidos de divulgação e logística, conforme relatou o produtor. Para ele, a atitude da Gol é no mínimo reprovável, pois está lesando os clientes que contratam a entrega de carga com ela.

“É péssima a qualidade do serviço que a Gol está prestando, na verdade, é péssima a qualidade do serviço que todas as empresas aéreas prestam para Roraima, porque somos ponta, final de linha como eles chamam, e somos tratados de qualquer jeito. É um absurdo ter esse número reduzido de voos, ou seja, um voo por cada companhia, e ainda atendendo dessa forma”, desabafou Evaldo.

Contatada pela reportagem da Folha, a empresa Gol Log, por meio de um funcionário identificado por Lucas, simplesmente informou que as cargas não estão chegando por cortes de peso. Quando perguntado como a empresa iria compensar os clientes, o funcionário pediu para que mais informações fossem solicitadas diretamente à direção da empresa, em sua sede.

Na sede da empresa, a reportagem da Folha recebeu uma informação que transferia a culpa para outra instituição, e a pessoa que estava dando as informações se negou a oficializar as referidas informações.

DIREITO DO CONSUMIDOR – O código do consumidor diz que a oferta é vinculada ao contrato, o que foi ofertado precisa ser cumprido conforme estabelecido em lei. Caso contrário o consumidor precisa procurar os direitos em relação a danos morais e se torna necessário ir aos juizados especiais.

A denúncia deve ser feita primeiramente no Procon, que abre a reclamação e entra em contato com a empresa para conseguir que o serviço seja cumprido de imediato, se não for possível o consumidor é encaminhado ao judiciário munido de todas as informações necessárias.

“O que acontece se o serviço do Gol Log foi contratado e te deram um prazo estabelecido e depois não informaram esta situação para o consumidor, o cliente já está sendo enganado”, declarou Lindomar Coutinho, presidente do Procon.

Por se tratar de danos morais somente o judiciário pode agir e conceder uma decisão. O valor do dano será determinado pelo juiz conforme o dano causado ao consumidor. “É necessário frisar que o que foi ofertado, precisa ser cumprido, é o artigo 35 do código de defesa do consumidor”, finalizou, Lindomar Coutinho.