Um anúncio feito pelo líder da prefeitura na Câmara Municipal de Boa Vista, no programa Agenda Parlamentar, na Rádio Folha AM 1020, no dia 16 de junho, deixou a classe empresarial aflita. Entre reajustes salariais e gratificações, o vereador Zélio Mota (PSD), disse que a prefeitura pode ‘incrementar’ os salários dos fiscais através da Gratificação de Produção.
A medida se aplica aos fiscais de tributo, sanitários e ambientais. O presidente da Associação Comercial de Roraima (ACIRR), Jadir Corrêa, afirmou que o temor, é que à procura de remuneração mais justa, os ficais iniciem uma caça às bruxas.
Na entrevista ao programa da Rádio Folha, o vereador disse que estava em tramitação projeto que concederia aos servidores do quadro geral um reajuste de 2,95% e um aumento de R$ 100,00 na Gratificação de Incentivo à Docência (GID). Já os fiscais, ficaram de fora e foram contemplados apenas com um projeto que prevê aumento na Gratificação de Produção, paga quando houver produção por parte do servidor.
Em entrevista à Folha de Boa Vista, o presidente da ACIRR, Jadir Corrêa, afirmou que a classe empresarial recebe a notícia de forma preocupante. “O empresário brasileiro já sofre com uma das cargas tributárias mais pesadas e ainda está sujeito a multas. Se o empresário estiver cometendo algum crime ou ilegalidade, ele deve ser punido. Porém, com uma gratificação maior, o temor é que se inicie uma caça às bruxas”, pontuou.
O empresário afirmou que ao invés de conceder reajustes a gratificações por produtividade, a prefeitura deveria trabalhar para proporcionar melhores condições de trabalho e salários dignos. “Sabemos que os salários no serviço público municipal não são dos melhores e sempre os servidores buscam melhorias. Acredito que a prefeitura deveria se concentrar nisso e não em gratificação de produção, pois isso tem somente um único intuito, aumentar a arrecadação municipal. Esse também é o objetivo de toda essa fiscalização eletrônica que vemos no trânsito da capital. Uma máquina de fazer dinheiro”, lamentou.
OUTRO LADO – A Folha tentou contato com o vereador Zélio Mota, porém não houve retorno até o fechamento da edição.