Cotidiano

Escola Euclides da Cunha celebra 69 anos de fundação

Para comemorar data, atividades estão sendo realizadas na escola e missa será celebrada na Igreja Matriz

ANA PAULA LIMA

Editoria de Cidade

Camiseta social bege, calça cáqui ou saia vinho e sapato preto com as meias brancas. O uniforme tradicional é apenas um dos detalhes que formam a história da Escola Estadual Euclides da Cunha. Durante os 69 anos de existência da unidade escolar, pouco mudou. Seja em sua estrutura física ou nos valores educacionais morais, religiosos e cívicos implantados pelo professor Aloísio Neves em dezembro de 1949.

Originalmente nomeada Ginásio Euclides da Cunha, que ficou conhecida como GEC, foi oficializada no dia 6 de setembro de 1950. Seguiu oferecendo turmas ginasiais até 1979 e no ano seguinte passou a funcionar de 1ª a 8ª séries. Em 1997, passou a denominar-se como Escola Estadual de Ensino Fundamental e, em 2000, a Diocese de Roraima vendeu o direito de propriedade para o Governo do Estado, tornando-se totalmente pública.

Entre os longos corredores cheios de janelas altas, uma das mais tradicionais instituições de ensino do estado procura não perder suas origens. As fichas de alunos formados décadas atrás ainda estão intactas nos arquivos e as cores vibrantes voltaram a tomar conta das paredes. O singelo espaço dedicado à imagem de Nossa Senhora Aparecida continua no mesmo lugar.

A escola também é destaque como a melhor escola de Roraima, segundo o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), e registro de 5,6 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Para a atual gestora, Wiusilene Rufino, o investimento na aprendizagem dos alunos e a formação dos professores, são os impulsionadores dos resultados positivos. “É uma honra estarmos nessa escola. O Euclides da Cunha formou muitas pessoas, a maioria da nossa sociedade. Queremos manter viva a memória da escola, formando alunos que tenham muito orgulho da escola”, disse a gestora. 

Atualmente são 648 alunos matriculados divididos de 6º a 9º ano, funcionando nos turnos matutinos e vespertinos, com 71 servidores. Sendo considerada um patrimônio histórico de Roraima, a Escola Euclides da Cunha continua escrevendo histórias e fortalecendo o sentimento de apego emocional que muitos alunos afirmam carregar durante os anos, sempre recordando os anos passados entre as salas de aula e os extensos pátios. 

“Aqui sempre falamos que somos uma família. Já tive várias propostas de sair daqui e ir para outras escolas, mas só de pensar o meu coração aperta. O GEC fez parte de várias gerações e ainda pretendemos continuar fazendo de várias futuras”, relatou a professora Viviane Morares, que faz parte do corpo docente desde 2002.

Hoje os alunos mais novos já conseguem criar laços fortes com a instituição, principalmente quando se trata de amizades formadas. O aluno do 7º ano, Pedro Rodrigues, quer ser astrônomo e acredita que vai conseguir trilhar o caminho graças aos ensinamentos e experiências dentro do GEC.

“Quando cheguei aqui eu era muito introvertido e não sabia muita coisa. Até que comecei a fazer muitas amizades e peguei muita inteligência rápido. Quero ficar aqui até me formar. Aqui é uma escola muito boa”, relatou o estudante. Já o aluno Luiz Silva resume o que sente ao estudar em uma escola histórica: “tenho muito orgulho e fico muito feliz”.

Ex-alunos se reúnem anualmente

Em 2011, os ex-alunos Alcides Lima Filho, Zeca e Ivonete Liberato decidiram realizar um projeto para comemorar os 50 anos da formatura da turma, celebrado em 1961. Decidiram, então, reencontrar os antigos colegas de turma e resgatar as memórias e reviver as histórias gequinas. O Jubileu de Ouro, nome dado ao projeto, não se limita ao encontro dos ex-discentes visitando a instituição, mas também uma forma de fazer um encontro entre gerações passadas e atuais. 

“É sempre uma honra e uma alegria muito grande poder voltar para a escola. Depois das festividades, muitos fazem grupos no WhatsApp para não perderem o contato novamente. O GEC foi o ponto central de tudo nas nossas vidas, é uma escola muito forte e o sentimento que nos causa em relação à amizade que levamos para a vida”, contou o médico Selestino Liberato, formado em 1966 no antigo ginásio.

Conforme Ivonete Liberato, uma das organizadoras, após completarem os anos de turmas formadas no ginásio, a organização passará a responsabilidade para a escola continuar o projeto. Nos dias 7 e 8 de setembro, haverá o oitavo ano do Jubileu de Ouro, com encontro da turma de 1968, com debates para os formandos desse ano e festejos comemorativos. (A.P.L)