Cotidiano

Esgoto é despejado na rua e moradores cobram solução

Caerr informou que responsabilidade pela implantação da rede de esgoto é da empresa construtora do condomínio Cruviana

Os moradores das ruas Câncer, Gêmeos, Escorpião e J, localizadas no bairro Cidade Satélite, aguardam há mais de cinco anos a manutenção em uma rede de esgoto localizada no cruzamento das ruas Gêmeos e Câncer, onde existe a formação de uma grande lagoa prejudicando os moradores em razão do mau cheiro e da quantidade de moscas que triplicaram no período do inverno.

Segundo a moradora Juliana Prudente, de 21 anos, residente na Rua Gêmeos, o problema se repete tanto no verão quanto no inverno, quando se agrava mais ainda por conta da grande proliferação de doenças em crianças e idosos em razão da grande quantidade de moscas, sendo impossível realizar também o controle de insetos e animais peçonhentos que se multiplicam em grande quantidade.

“Moramos bem em frente a esta lagoa e o fedor é insuportável. Todo o esgoto que provém do conjunto Cruviana é jogado no meio da rua sem que nenhum órgão de fiscalização ambiental faça uma inspeção e notifique quem é de direito. Meu filho vive doente com infecção e infelizmente temos que suportar esta situação, pois já encaminhamos a reclamação à prefeitura, governo e até a Caixa Econômica em razão de ser a responsável pela administração do condomínio e a contratante da empresa responsável pela obra, mas nunca obtivemos nenhuma resposta”, comentou.

Já a moradora Elizete Alves Correia relatou que há cinco anos se mudou para o bairro e escuta sempre a mesma desculpa. A cada inverno a situação só piora e as crianças e os adultos adoecem por conta da lagoa que se expande com as chuvas.

“Esse ano mesmo já acordamos uma noite com a água do esgoto entrando na nossa residência. Todo ano passamos por este problema e nunca é resolvido absolutamente nada. De promessa, estamos fartos e os moradores não sabem mais a quem apelar. Gostaria imensamente que o Ministério Público Estadual, por meio da Promotoria de Meio Ambiente, realizasse uma inspeção neste local e adotasse as providências necessárias e assim garantir a resolução deste problema que se arrasta há vários anos”, reclamou.

O servidor público federal Ezequiel Rodrigues, morador da Rua Escorpião, afirmou que solicitou visita da equipe da Vigilância Sanitária estadual, por se tratar de um caso de saúde pública, isso em razão de toda sua família adoecer por conta de uma infecção e por duas vezes neste ano que seus filhos tiveram que ser internados.

“Não contamos com o apoio de nenhum órgão. Como podem negligenciar esta situação de calamidade? Os meus familiares e vizinhos todos estão adoecendo e ninguém toma nenhuma providência. É muito cômodo os gestores públicos administrarem a cidade de seus gabinetes sem ao menos conhecerem a situação das famílias. É revoltante e peço ajuda para que apareça o responsável por esta situação e sejam aplicadas as devidas punições por este crime ambiental de grandes proporções”, comentou.

Esgoto não está ligado à rede da Caerr

A Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caerr) informou que o esgoto que ocasiona o transtorno na Rua Gêmeos tem origem no Conjunto Residencial Cruviana e não está ligado à rede de esgoto da empresa.

O condomínio foi feito por uma construtora, financiado pela Caixa Econômica Federal e é de responsabilidade da construtora a implantação da Estação de Tratamento de Esgoto. “A Caerr não participou da elaboração ou fiscalização do projeto e ainda não recebeu a referida obra. As informações sobre a Estação de Tratamento de Esgoto devem ser demandadas à CEF, que recebeu a obra”, reforçou.

A empresa salientou que, no intuito de não deixar a população perecer com os problemas já ocasionados, elaborou um projeto básico instruindo a AJR Administradora de Condomínios e Empreendimento LDTA na construção de uma Estação Elevatória de Esgoto, o que possibilitaria a ligação da referida rede do Cruviana à rede de esgoto da Caerr, solucionando de maneira definitiva o problema. Resta à Caixa Econômica Federal a execução das obras.

CAIXA – A Folha encaminhou demanda para a Caixa Econômica Federal, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta. (R.G)