Cotidiano

Estiagem faz nível do Rio Branco reduzir 2,15 metros em dois meses

Rio alcançou ontem a média de 1,39m, o que representa redução de 0,55m em comparação com o mês anterior e de 1,59m com setembro

Desde o mês passado, com o início do período seco, o nível do Rio Branco começou a diminuir. Dados da Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caerr) registrados na manhã desta quarta-feira, 8, apontaram que o rio alcançou a média de 1,39m, o que representou uma redução de 0,55m em comparação com o mês anterior. Em relação ao mês de setembro, o volume do rio registrou uma diminuição de 1,59m. O período seco começa em meados de outubro e encerra-se no mês de março.

Segundo o meteorologista da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), Ramón Alves, o período seco deste ano tende a ser menos agressivo que o do ano passado, quando o nível das águas esteve abaixo de um metro. O motivo é o fenômeno La Niña, que está previsto em quase 70% dos modelos de previsão climática. “Apesar dos índices, é improvável passarmos pela mesma situação de seca por conta do La Niña”, ressaltou.

Na possibilidade de uma estiagem forte, o presidente da Caerr, Danque Esbell, esclareceu que a empresa tem um plano de contingência com as ações que devem ser tomadas no caso de um racionamento que, conforme ele, é improvável. Além de abranger todo o Estado, os equipamentos que constam no plano já estão montados e testados, a fim de que não haja nenhum tipo de racionamento durante o período não chuvoso.

Conforme explicou, o que pode ocorrer com a redução do nível é uma queda na pressão das redes dos bairros mais distantes devido ao alto consumo das pessoas e do desperdício. “Muitas pessoas desperdiçam água, principalmente na Capital”, frisou. Diante da situação, o presidente informou que a Caerr vem realizando campanhas de orientação no sentido de que não haja o desperdício.

Esbell relatou que a companhia possui uma estrutura preparada e que não vê a possibilidade de racionamento, mesmo que o período seco ainda esteja no começo. Se preciso for, ele frisou que a Caerr tem uma balsa flutuante que pode ser movimentada para um local em que seja possível captar água. “São várias ações que poderemos tomar, ainda que seja improvável”, declarou.

A respeito do desperdício, ele ressaltou que a população precisa utilizar a água com racionalidade. Dentre as inúmeras orientações, Esbell citou não deixar a torneira e o chuveiro ligados quando for ao banheiro, evitar lavar carros e calçadas com frequência e instalar uma caixa d’água para os horários de maior pico. Frisou que é importante que a população faça sua parte para que seja possível manter a rede pressurizada em épocas de grande calor.

Considerando a possibilidade da queda de pressão da água em bairros mais distantes, o presidente informou que a Caerr está comprando o material necessário para corrigir as falhas. A expectativa é que a companhia esteja com material em aproximadamente 20 dias para realizar as interligações nos bairros que têm maior pressão, a fim de que haja um equilíbrio junto aos locais que possam ser afetados. (A.G.G)