Política

Ex-governador diz que suspensão prejudica oferta de serviços

As suspensões e a falta de previsão de um concurso público na rede estadual têm preocupado os roraimenses que buscam uma estabilidade financeira. Porém o cancelamento não influencia somente no bolso da população. Para o ex-governador Flamarion Portela, a descontinuidade dos certames também prejudica o funcionamento do serviço público.

Em entrevista ao programa Agenda da Semana nesse domingo, 7, Portela afirmou inicialmente que o servidor público é o principal representante da sociedade roraimense e deve ser olhado com maior atenção, ao invés de ser visto como um vilão. Para o ex-governador, a vida do trabalhador tem que ser vista com olhar atencioso e não focar somente para os números. 

“Devemos considerar a importância para a economia do conjunto dos salários que todos os meses migram para a conta do servidor. É um segmento importante para dinamizar a economia. Infelizmente, estamos vendo o servidor público como vilão, mas ele é um grande feito da administração pública. Quem representa a sociedade”, afirmou.

Portela acredita que além da garantia de circulação do dinheiro no Estado, que somente através da promoção de concursos públicos pode-se garantir legalmente a oferta de serviços de qualidade para a população, citando como exemplo a questão da saúde, do controle das queimadas e também da segurança pública. 

O ex-governador citou também a atuação da Força Nacional no Estado, que embora tenha sido prorrogada, tem caráter temporário.

“A questão da segurança pública é responsabilidade do Estado. Temos uma questão de insegurança enorme. A população fecha as portas das casas cedo, não fica mais em frente de casa conversando com os vizinhos por medo. Isso só se resolve com material humano. Com o efetivo exercício”, declarou.

Outro ponto lembrado por Portela foi sobre a ampliação das unidades prisionais do Estado, que vão necessitar de novos servidores. “O nosso corpo de agentes não dá conta da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo. E nós estamos ampliando a Pamc e completando a de Rorainópolis. Se não temos agentes para hoje, e quando as ampliações começarem a funcionar?”, questionou. “E quando começar efetivamente a funcionar o Hospital das Clínicas? E quando terminar a obra do anexo do Hospital Geral de Roraima? Como vai funcionar?”, acrescentou.

Portela lembrou também de sua época como governador e das dificuldades enfrentadas para implementar um concurso público no Estado quando deu posse a cerca de 1.200 policiais civis. Ainda assim, acredita que a manutenção dos certames é possível bastando que a gestão atual foque em algumas prioridades.

Uma das soluções para o problema, segundo Flamarion, seria criar um cronograma para os concursos públicos, mesmo que a convocação seja feita daqui a alguns anos. “Isso acalma as pessoas, acalenta esse sonho de entrar no serviço público através de concurso. Tem que ser feito o concurso, mesmo que a posse seja só em 2021. Agora não pode é deixar as pessoas sem uma expectativa de quando vão ser chamados e efetivados”, concluiu. (P.C.)