Saúde e Bem-estar

Exercícios físicos ajudam a melhorar qualidade de vida

Conheça historias de pessoas que se superaram em busca de uma vida mais saudável e que hoje fazem da corrida de rua um caminho para a saúde

Praticar atividades físicas, seja ela qual for, é inerente ao ser humano. O corpo foi feito para estar sempre em atividade e isso, segundo a literatura médica, proporciona saúde e qualidade de vida para os praticantes. Pensando nisso a Folha produziu uma reportagem ouvindo a geriátrica Lilian Moraga e pessoas acometidas com diabetes, hipertensão, depressão, obesidade e outras doenças, e que adotaram um estilo de vida mais saudável por meio do esporte, em especial a corrida de rua, diminuindo as dosagens dos medicamentos e dando um salto na qualidade de vida. 

Por ser um esporte democrático e que não requer grandes investimentos, a corrida de rua é o esporte mais praticado no mundo e o que mais cresce nos últimos anos em Boa Vista. Praticar corridas ou caminhada é sinônimo de liberdade, energia e força de vontade. Garante melhor funcionamento cardíaco, redução da pressão arterial e do colesterol ruim (LDL), melhora da densidade óssea, o humor, memória e capacidade de concentração.

Mas é bom se precaver e antes de se empolgar, colocar o tênis e sair por aí correndo conversar com um especialista, médico, educador físico e nutricionistas e só assim adotar esse novo estilo de vida.

A Folha falou com a geriátrica Lilian Moraga. Ela recomenda que as pessoas procurem praticar exercícios físicos para melhorar a qualidade de vida. Em especial para pessoas da terceira idade e os acometidos de diabetes, pressão alta, depressão, dentre outras doenças e que as atividades devem fazer parte da vida das pessoas, independente de idade, porém ressaltou que praticar alguma atividade física deve ter orientação de um profissional.

“Qualquer atividade física, além do próprio bem estar, também contribui com o bem estar mental e a qualidade de vida através da interação social com outras pessoas, ocupa o tempo que estava ocioso com novas atividades e um objetivo a ser alcançado e isso trás enormes benéficos como melhorar a massa muscular e o equilíbrio”, disse.

Quanto às pessoas que apresentam um avançado gral de doenças, a geriátrica aconselhou procurar um especialista para melhor adaptar a atividade física mais indicada para a cada situação.

“Se é diabetes ou depressão, por exemplo, deve começar de uma maneira mais leve e terá mais benefícios que se começar numa atividade mais forte, como por exemplo, uma corrida, mas esses exercícios devem ser detalhados de acordo com o perfil de cada pessoa e estas atividades devem ser sempre estimuladas pela família e avaliadas por um médico que deve indicar, estimular e acompanhar a evolução do paciente. A atividade física precisa fazer parte da terapêutica médica”, disse.

Ela cita que em muitos casos, depois que os pacientes começam a praticar atividades físicas diárias, apresentam uma melhora significativa de doenças e diminuem em até 50% as doses de medicamentos.

“Um exemplo disso é quem tem diabetes e pressão alta, que ao regulamentar atividade física diária e readequar a alimentação, apresentam uma melhora significativa já a partir de quatro meses. E com o tempo vão diminuindo a medicação já que o corpo passa a funcionar melhor e responde diretamente ao tratamento que necessita”, afirmou.

Vovó parou de fumar e começou a correr em busca de saúde

Um exemplo de que idade não impede praticar esportes é a dona de casa Maria Idelfranca Cavalcante, 61 anos, conhecida no grupo de corrida Jabuti do Lavrado como Vovó França, começou a praticar corrida de rua há cinco anos e tomou essa decisão para parar de fumar e ter mais saúde.

“Fumava muito e queria parar, pois sentia que aquilo estava prejudicando minha saúde. Um dia passando em frente a uma academia olhei para aquelas pessoas saudáveis e disse pra mim mesmo que era isso que queria. Mas como entrar e chegar perto das pessoas com cheiro de cigarro? Não dava. Mas mesmo assim me matriculei e fui deixando o cigarro”, afirmou. “Dois meses depois minha filha me deu um kit de corrida de rua e resolvi encarar a corrida. Foi um passo para conhecer o pessoal do grupo de corrida Jabuti do Lavrado e não parei mais”, disse.

Praticante de esportes quando mais jovem, Vovó França disse que sentia falta dos esportes que praticava, como voleibol, handebol e basquete. Hoje ela conta com orgulho às conquistas que teve praticando corridas de rua. Pelos seus cálculos já são 80 corridas no currículo, com 80 medalhas e mais de 13 troféus de mostra na estante da sala.

“Me sinto uma vitoriosa com a idade quê tenho. E quê venha outras corridas que com certeza estarei pronta para enfrentar”, disse, informando que já participou duas vezes da Corrida de São Silvestre, em são Paulo-SP.

Autônoma perde 30 quilos após largar o sedentarismo

A autônoma Rita de Cássia Dias Silva, 32 anos, é hipertensa e tem diabetes. A dois anos enfrentava uma vida sedentária, mas sua vida mudou depois que aceitou o convite do marido para fazer caminhadas. Hoje, além de continuar acompanhando o marido nas caminhadas há dois anos começou com corrida de rua, depois foi para a natação e aderiu também ao ciclismo ha oito meses.

“Era sedentária e fui incentivada pelo meu marido, Jose Silva, que sempre me convidava para ir fazer caminhada e nunca aceitava, mas teve um tempo que me vi cheia de problemas de saúde e resolvi começar as caminhadas e nunca mais parei. Hoje tenho 63 quilos, antes tinha 92”, afirmou.  “Tinha a saúde complicada e depois que comecei a praticar esportes diminuiu em 50% os medicamentos que tomava antes”, disse.

Da obesidade para a maratona: corredora fala da superação

Já a carioca Roberta de Barros, 38 anos, mora a nove anos em Boa Vista é dentista, trabalha no Exército e professora no curso de Odontologia da Faculdade Cathedral. Obesa, conta que começou a lutar contra a balança há nove anos, quando resolveu a praticar corridas.  

“Em janeiro de 2017, pesava 107kg e resolvi fazer a cirurgia bariátrica pois já havia perdido a esperança de tantos recomeços. Estava com crises de pânico, não me abaixava nem para amarrar o coturno do uniforme ou para brincar com meu filho. Cansava até para andar e atender a campainha da porta. Já estava pré diabética e hipertensa”, conta.

Em abril de 2017, assim que fui liberada pelos médicos para praticar esportes, resolveu começar com caminhadas e depois a correr, desde então não parou mais.

“Foi a melhor decisão da minha vida. Quando comecei a correr pesava 85 kg e hoje peso 59kg”, disse. “Já completei várias provas em Boa Vista e pelo Brasil. Participei da Meia Maratona Internacional do Rio de Janeiro. Foi uma emoção sem igual”, lembra.

As crises de pânico ficaram no passado e hoje Roberta fala de superação e conquista pessoal.

“Alguma coisa que só dependia de mim e tomei a decisão acertada. Hoje eu tenho vida. E não é só estética, é se encontrar em uma morada (corpo) saudável, ganhar em qualidade de vida! É bem estar para mim e para meu filho que quando me vê calçando o tênis de corrida e logo em seguida fala: tchau mamãe, boa corrida”, afirmou. (R.R)