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Crianças podem desenvolver medo de socializar por isolamento

Avaliação é do médico pediatra, toxicologista e diretor do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox), Dr. Anthony Wong

Para o médico pediatra, toxicologista e diretor do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox), Dr. Anthony Wong, a avaliação é que as autoridades não tem lidado da forma correta na prevenção do coronavírus, em especial, com relação às crianças. O especialista teme que o isolamento dos mais novos provoque sequelas, como o desenvolvimento de medo de socializar com outras pessoas.

A informação foi repassada pelo pediatra em entrevista à Rádio Folha 100.3 FM nesta terça-feira, 23. Na ocasião, Wong afirmou que as crianças são vítimas da má política em relação ao covid-19. Para ele, o erro vem da Organização Mundial da Saúde (OMS). 

“Diziam que as crianças tinham a doença mais leve ou não tinham sintomas, mas eram verdadeiros mísseis ambulantes carregados desse vírus e podiam contaminar todo mundo, principalmente os idosos. E portanto, eles não podiam ter contato com ninguém”, afirma. 

Para Wong, com isso as crianças passaram a viver um ostracismo social, ou seja, foram isolados sem contato com as pessoas e sem poder realizar atividades ao ar livre. “Sempre falei que isso não era verdade pelo conhecimento que temos sobre a transmissão do coronavírus e de outros vírus”, declara.

O diretor do Ceatox ressalta ainda que as crianças tem uma imunidade natural adquirida possivelmente por conta de uma enzima chamada ‘ac2’. Segundo Wong, as crianças pegam sim o vírus, mas não permitem que a doença atue em grande quantidade por conta da sua resistência natural. 

“Eles adquirem anticorpos, eliminam o vírus mais rapidamente que os adultos e portanto estão seguros. Tanto isso é verdade que na Europa o primeiro lugar que flexibilizaram foram as creches e as escolas infantis. Com esse ostracismo, o ‘medo da criança’, nós podemos ter uma geração com medo de socializar, com receio dados pelos adultos de que é um vírus mortal. Psicologicamente alteradas e sem condição de visitar seus avós e outras pessoas”, disse.

A solução, segundo o médico pediatra, é dar segurança às crianças e abrir espaços para brincadeiras ao ar livre, onde os pequenos possam pegar sol, com intuito de aumentar a imunidade, a vitamina C e promover o gasto de energia. 

O pediatra reforça que um artigo publicado pela Oxford College onde diz que a chance de contágio da doença para crianças de 0 a 10 anos é de menos de 1,5% e que as crianças entre 10 e 20 anos, a chance de pegar doença é de 5%. “Acho que nós criamos um erro deixando as escolas fechadas. É importante que as crianças sejam liberadas. As escolas, parques infantis sejam abertos, para que as crianças possam voltar ao seu comportamento normal”, finalizou Wong.