Política

Futuro comandante da PM diz que ações têm que ser integradas

Atualmente, o quadro da Polícia Militar de Roraima é composto por 1.800 homens, sendo 150 policiais da União, muitos prestes a irem para reserva

Leo Daubermann

O resultado positivo do trabalho na Segurança Pública de Roraima só será possível com a integração das polícias. A afirmação foi do futuro comandante-geral da Polícia Militar (PMRR), coronel Elias Santana, em entrevista ao programa Agenda da Semana, na Rádio Folha FM 100.3, nesse domingo, 18. O discurso é o mesmo que o governador eleito, Antonio Denarium (PSL), teve durante toda a sua campanha e nas declarações após eleito.

“Tem que haver uma sinergia, uma integração das ações da Segurança Pública em Roraima. Essa foi a missão que recebemos do governador e que vamos procurar materializar. Esse é nosso norte, e sem ele não vamos a lugar nenhum”, afirmou o coronel Santana.

De acordo com o futuro comandante-geral da PM, já estão ocorrendo conversações, quase que diárias, entre ele e o novo secretário de Segurança Pública, Márcio Amorim, além do coronel Elson Paiva, indicado para a Casa Militar, e do coronel Jean, comandante do Corpo de Bombeiros. “Estamos aguardando os demais atores. Isso vai nos possibilitar ter de fato um discurso único, um discurso do governo”, destacou o coronel Santana.

Ao ser indagado sobre a violência generalizada e a consequente sensação de insegurança que se instalou no estado, o futuro comandante-geral da PM disse que não importa o modelo que se proponha, se não tiver compromisso com o interesse social, não terá sucesso. “A população não quer saber de que lado vem o socorro, ela quer ser socorrida e essa integração, essa sinergia de esforços nós temos que buscar desde o primeiro momento de governo, para que nós possamos devolver ao cidadão, aquilo que ele espera de fato”, disse.

Para o coronel Santana, quando o agente público quer trabalhar ele trabalha. “Qualquer policial militar, bombeiro militar ou policial civil, que quiser servir ao cidadão, vai encontrar o que fazer. O contribuinte está muito carente de poder público e o poder público é materializado por nós, agentes públicos, e temos que ter esse espírito de servir, servir sempre”, ressaltou.

EFETIVO – Atualmente, o quadro da Polícia Militar de Roraima (PMRR) é composto por 1.800 homens, sendo 150 policiais da União, muitos deles prestes a irem para a reserva. “Hoje, com o efetivo limitado que temos não é possível desenvolver um trabalho adequado, e prover uma segurança de qualidade. Nós temos um estudo da ONU (Organizações das Nações Unidas) que aponta que, para cada 100 habitantes nós devemos ter um policial. O efetivo que temos hoje, capital e interior, estamos em torno de 0,36, ou seja, estamos muito aquém da metade do que de fato é necessário para que possamos prover uma segurança eficaz para a população”, ressaltou o coronel Santana.

De acordo com o futuro comandante da PM, as 400 vagas para soldados de primeira classe, oferecidas no concurso público que será realizado no início de dezembro, darão um fôlego a mais ao efetivo da PM, no entanto, a instituição somente poderá contar com esses soldados, numa estimativa otimista, no final de 2019.

“No dia 9 de dezembro nós temos a primeira etapa do concurso público para soldado de primeira classe. Esperamos que o governo tenha oxigênio financeiro para que possamos fazer o ingresso desses policiais, vencidas as etapas, a primeira no dia 9, temos mais quatro etapas até o curso de formação: médica e física, a psicológica, a investigação social e o curso de formação. Se tudo acontecer a seu tempo, de acordo com a conveniência econômica do estado, esses homens estarão prontos no final de 2019”, explicou.

ORÇAMENTO – De acordo com o coronel Santana, o orçamento reservado para a Polícia Militar é muito reduzido, e será necessária uma gestão rigorosa. “Esse orçamento é muito aquém daquilo que nós de fato precisaríamos, inclusive o governador já se manifestou sobre a temática, o orçamento está muito aquém daquilo que se almeja para o básico para o atendimento das demandas sociais e da Polícia Militar não seria diferente. Isso vai exigir de nós um exercício de criatividade, sabedoria e parcimônia, além de uma gestão com austeridade, para fazermos do mínimo o máximo”, afirmou.