Política

Governo afirma que pretende reduzir secretarias de 37 para 9

Informação foi repassada pelo governador Antonio Denarium; segundo ele, reforma vai ajudar a reduzir custos com folha de pagamento

Durante coletiva de imprensa na noite de ontem, 7, no Palácio Senador Hélio Campos, o governador Antonio Denarium (PSL) falou sobre a reforma administrativa e disse que vai reduzir o número de secretarias de 37, entre efetivas e extraordinárias, para apenas 9 e a Casa Civil.

“Com isso, vamos reduzir o custo com servidores públicos. Hoje, dos R$ 3,2 bilhões que arrecadamos anualmente, o Estado paga R$ 1,7 bi por ano de folha de pagamento. A Lei de Responsabilidade Fiscal diz que esse percentual tem de ser de 49% e estamos em 52%, ou seja, estamos cometendo crime e quero reduzir esse percentual para 46%. Temos que reduzir em torno de R$ 190 milhões por ano a folha e para isso vamos fazer auditoria”, explicou.

Denarium destacou que assumiu o governo numa crise sem precedentes e disse que está tentando minimizá-la. Segundo ele, nos primeiros ajustes feitos pelo governo do Estado, já foi demitida uma grande parte dos 4.410 cargos comissionados que existiam.

“Foram 2.273 cargos comissionados demitidos até agora, ou seja, mais de 50% dos existentes, em uma economia mensal de mais de R$ 4,5 milhões que anualmente chega a R$ 54 mi. Entregamos mais de 200 veículos alugados. Tinha carro alugado por até R$ 14 mil, e tudo isso apenas neste primeiro mês. A reforma administrativa vai nos ajudar a economizar ainda mais o valor da folha de pagamento para termos recursos e assim chamar novos concursados”, assegurou.

Ele pediu a ajuda de todos para fiscalizar os servidores estaduais e assim não deixar que fiquem recebendo sem trabalhar.

“Se algum servidor estiver recebendo sem trabalhar, vai faltar dinheiro para quem trabalha. Então, todos nós somos responsáveis pela fiscalização de nossos servidores, para que os recursos sejam suficientes para pagar a todos.”

Endividamento de Roraima é bilionário, diz governo

Antonio Denarium afirmou ainda que o endividamento de Roraima é bilionário. “Nem a governadora sabia quanto o governo devia, nem a Sefaz sabia o total geral de endividamento do Estado. A dívida do governo hoje está entre 6 e 7 bilhões de reais”, disse.

Segundo ele, durante a transição, se começou a levantar dados e o valor total será divulgado na próxima segunda-feira em coletiva de imprensa.

“Só pra exemplificar. Esta semana estivemos reunidos com o presidente da Boa Vista Energia e ele nos apresentou uma conta do Estado, juntando com a Caer, Cerr e Codesaima, uma dívida de 654 milhões de reais. Tem mais de 5 anos que o governo de Roraima não paga energia”

O governador também citou dívidas relacionadas a precatórios e previdência privada.

A Secretaria de Educação, de acordo com ele, tem uma dívida de R$ 536 milhões. A saúde, R$ 499 mi, a Cerr, R$ 232 mi, a Codesaima, R$ 176 mi, e a Caerr, em torno de R$ 500 mi.

“Estamos tratando o dinheiro púbico com responsabilidade. Ano passado, pagamos R$ 248 milhões dos financiamentos e empréstimos feitos em anos anteriores. Agora, estamos com um dos maiores endividamentos do Brasil que anteriormente não era cadastrado no Fiplan [sistema de planejamento e finanças] de forma correta, mas nós tratamos a gestão com responsabilidade e não vou cometer crime para beneficiar ninguém”. (C.C.)

‘Precisamos mudar a matriz econômica para crescer’, diz governador

Denarium falou também sobre a mudança na matriz econômica do Estado e disse que Roraima precisa crescer e produzir para sair da “economia do contracheque”.

“Roraima não cresceu, não se desenvolveu, não gerou empregos. Não temos energia, não houve industrialização do Estado e somos reféns da política do contracheque. Roraima tem que mudar.”

Ele afirmou que depois de eleito recebeu dezenas de empreendedores que visitaram o Estado por acreditar que o governo vai desenvolver a economia produtiva local.

“Estive reunido com o ministro dos Transportes, buscando o asfaltamento da 319 que liga Porto Velho a Manaus, nos livrando do transporte de balsa para Roraima, e o custo de frete vai reduzir drasticamente. Estive com o ministro de Minas e Energia e há uma determinação de trazer o linhão de Tucuruí para Roraima, e aí vamos dar segurança energética para investidores para dar os empregos que sonhamos para o desenvolvimento do Estado”, ressaltou.

Sobre a transferência de terras, Denarium afirmou que foram transferidos 415 mil hectares da União para o Estado e que este mês serão emitidos os primeiros títulos definitivos. (C.C.)