Cotidiano

Homem é detido por divulgar localização de blitz em aplicativo

Suspeito era um dos 247 integrantes de um grupo que compartilhava localização de blitzen pela cidade

Um homem foi preso na Rua Francisco Anacleto da Silva, bairro Alvorada, zona Oeste de Boa Vista, por participar de um grupo de WhatsApp que dá informações sobre locais de blitzen na Capital. Os policiais chegaram até o indivíduo após terem recebido a denúncia de que um elemento, em atitude suspeita, estaria transitando em uma motocicleta Honda/Fan, cor vermelha, como se fosse entregador de drogas.

A guarnição avistou uma moto com as mesmas características sendo conduzida por um indivíduo que também tinha as mesmas características descritas pelo denunciante. Depois que a abordagem foi realizada, a polícia fez uma revista e encontrou um aparelho celular com a tela desbloqueada e o aplicativo de mensagens instantâneas aberto.

Analisando as mensagens, para saber se o indivíduo tem algum envolvimento com o crime organizado, havia um grupo intitulado “Blitz RR-02”, com 247 participantes, no qual são compartilhadas as operações policiais, especialmente as blitzen, o que segundo a PM, acarreta grande prejuízo ao serviço de segurança pública, neste caso, tendo o Estado como vítima.

O homem foi conduzido ao prédio do 5º DP, onde funciona o Plantão Central da Polícia Civil e foi apresentado ao delegado para que fosse ouvido. A motocicleta foi apreendida pelo Detran (Departamento Estadual de Trânsito) por estar com o licenciamento atrasado.

Durante o depoimento, o homem respondeu que viu nas redes sociais um anúncio para quem tivesse interesse em entrar no grupo de “blitz”, e que acabou deixando seu número nos comentários para ser adicionado. Ele revelou que a principal função do grupo é avisar onde ocorrem as blitzen e também informar quando a Polícia Militar passa em determinados locais. Declarou que nunca avisou sobre blitz e que apenas fazia parte do grupo e alegou que não tinha ciência de que avisar sobre locais de realização de blitzen é crime. Como não havia, em tese, qualquer indicação de um delito que fosse necessária a lavratura de flagrante, o homem foi liberado.

Propagar avisos sobre blitzen é crime de atentado contra serviço de utilidade pública, tipificado no Art. 265 do Código Penal Brasileiro. A pena varia de um a cinco anos de prisão, além de multa. Os membros que atuam em páginas e grupos com o mesmo objetivo também podem responder pelo mesmo crime. (J.B)