Jalser acredita em virada de Anchieta no segundo turno

Para o presidente da Assembleia Legislativa, a campanha não está fácil e a quantidade de abstenções é preocupante

Em entrevista exclusiva à Folha, o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, deputado estadual Jalser Renier (SD), afirmou que o segundo turno na campanha eleitoral não vai ser fácil, mas ele acredita que é possível uma virada em favor do candidato Anchieta Júnior (PSDB) a quem declarou apoio na campanha eleitoral.

“É uma campanha difícil. Não será uma campanha fácil para ninguém, mas acionei nosso grupo político, aquelas pessoas que acreditam em mim, aquelas pessoas que confiamos, que acreditam na ideologia partidária do Solidariedade, enfim quem acredita no trabalho que a gente desenvolve e elas estão ao nosso lado lutando pela candidatura de José de Anchieta”, assegurou.

Renier afirmou que, assim que fez o anúncio de apoio a Anchieta, vários políticos que estavam apoiando Antonio Denarium (PSL) teriam mudado de lado e já estão engajados na campanha. “Alguns dos parlamentares que já tinham declarado oficialmente apoio para o grupo opositor vieram para o nosso lado e já temos outros três deputados estaduais que estamos negociando”, revelou.

Para o presidente da Assembleia, essa será uma eleição feita de acordos políticos fora dos holofotes eleitorais. “Essa será uma eleição de bastidores. Todos já perceberam que os votos não estão de acordo com o que dizem as pesquisas eleitorais, que erraram por porcentuais que passaram dos 5%, 10%. É de praxe, por exemplo, o IBOPE errar pesquisa em Roraima. A verdade é que quem vai decidir isso é o povo nessa última semana”, avaliou.

O alto índice de abstenção, para Jalser, demonstra que o eleitor não está satisfeito com o cenário político de Roraima. “Tivemos aí um número muito grande de eleitores que não foram às urnas e isso é um fator que deve ser levado em consideração, pois o eleitor de Roraima não está satisfeito com o resultado político que está acontecendo”, disse.

Renier afirmou que a experiência de Anchieta será muito importante no momento de escolha do novo governo de Roraima. “A minha decisão de apoiar o governador Anchieta já foi pela experiência que ele teve, pelo trabalho que ele fez e pela maneira como ele administrou o Estado. Obviamente que não será fácil por conta da crise e o povo é quem dará a palavra final. Eu estou com Anchieta por uma questão de identidade, de lealdade aos meus princípios e não sou de ficar em cima muro. Anchieta tem um grupo político, tem pessoas que acreditam no trabalho dele, que confiam e eu particularmente acredito que ele seria um bom governador para o estado”, frisou.

Para Jalser Renier, é preciso ter muito cuidado quando se faz uma mudança radical. “O Brasil está passando por essa transformação. O Lula, quando foi presidente do Brasil, foi ovacionado pela população brasileira, ou seja, fizeram com ele a mesma coisa como estão fazendo com o atual candidato à Presidência Jair Bolsonaro e aí o que aconteceu foi o pior desmando político na história do Brasil. Espero que o próximo presidente realmente seja presidente e melhore o país, que tire os estados da crise e do atoleiro”, concluiu.

Presidente da Assembleia diz que Estado está ‘falimentar’

Ainda em entrevista exclusiva à Folha, Jalser Renier abordou a situação administrativa e financeira pela qual passa o estado e disse que o próximo governador pegará um estado “falimentar”. “O governador que pegar esse Estado vai pegar com os salários atrasados, com transporte escolar atrasado, merenda atrasada, terceirizadas atrasadas, servidor sem receber 13º então serão uma série de pontos que ele vai ter que administrar e não será fácil”, garantiu.

Para o presidente da Assembleia, a crise econômica em Roraima é tão absoluta que não tem saída que se possa vislumbrar em curto prazo. “Nesses próximos 90 dias, eu não consigo vislumbrar uma saída emergente para o Estado de Roraima. Eu não consigo. Se não for um socorro do governo federal, se não for de uma maneira que o governo federal faça para refinanciar a dívida pública, ou se não fizer um repasse emergente para que o estado possa pagar pessoal e fornecedores, realmente o estado está sob o aspecto econômico em uma situação falimentar”, disse.

Na avaliação do parlamentar, todos precisam se unir para lutar contra a crise institucional que o Estado passa. “Não adianta agora apontar o dedo para quem foi o culpado ou culpados. Nós temos é que apontar solução imediata para que o estado possa resolver e realmente voltar para o caminho do desenvolvimento, coisa que já não avança há muito tempo”, comentou.

ANISTIA DA DÍVIDA – Uma das saídas da crise, apontadas por Jalser, será o próximo presidente entender que é necessário anistiar a dívida pública de Roraima. “Temos também o senso que dará uma nova perspectiva sobre essa questão migratória em Roraima, aumentando o fundo de participação Estadual. Mas todas as possibilidades são para o próximo governo. O que está me preocupando agora é a crise que nós estamos vivendo e que eu não vejo o governo falando de crise, eu não vejo nenhuma pessoa dizendo que vai fazer contingenciamento, que vai demitir comissionados, como fará para pagar o décimo terceiro. O problema político e econômico do estado é muito difícil de ser resolvido, é muito complicado”, concluiu.