Cotidiano

Lei propõe politicas públicas para evitar a prematuridade

Segundo a autora do projeto que originou a lei, a ideia é que as políticas públicas garantam ainda direitos às famílias que passam por essa situação

De janeiro a outubro deste ano, quase 800 bebês foram internados na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) do Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, única maternidade pública do Estado. A maior parte destas internações tem relação direta com a prematuridade, condição que pode ser evitada com um pré-natal de qualidade.

Aprovada na Assembleia Legislativa de Roraima, a Lei 1.228/2018, de autoria da deputada estadual Ângela Águida Portela (PP), estabelece o dia 17 de novembro como o Dia Estadual da Prematuridade. A ideia é discutir este quadro preocupante, que contribui para mortalidade infantil.

“A lei é para que a gente possa mostrar para a sociedade a importância não só de um pré-natal bem feito, mas da doação de leite materno e para falarmos sobre a promoção de saúde para as mulheres”, explicou a deputada.

Segundo a autora do projeto que originou a lei, a ideia é que as políticas públicas garantam ainda direitos às famílias que passam por essa situação. “Há crianças que passam até três meses dentro de uma UTI, e isso requer um suporte emocional e financeiro, que amplie a possibilidade da mãe e do pai cuidarem melhor do bebê”.

Este suporte, informou a parlamentar, incluiria desde leis que garantam a ampliação da licença maternidade e paternidade, até o financiamento dos medicamentos necessários para o tratamento de prematuros.

RISCOS – Os bebês prematuros são considerados os mais frágeis e apresentam o maior percentual de óbito. Segundo informou o diretor técnico da Maternidade, Henry Carlos, quanto menor o peso, maior o risco de morte.

Os bebês de extremo baixo peso, com menos de um quilo, representam cerca de 9% da população internada na UTI, mas costumam permanecer mais tempo na unidade porque requerem mais cuidados, além de demandarem um custo maior devido à longa permanência.

Dados mostram que de janeiro a outubro deste ano morreram 105 crianças na UTI da Maternidade, e destas, 57 apresentavam baixíssimo peso, com até 1,5 quilograma. Neste mesmo período, também foram a óbito 25 crianças entre 1,5 a 2,5 quilogramas.

Segundo o diretor, vários fatores podem resultar no nascimento de bebês prematuros. Geralmente os problemas estão relacionados com as patologias próprias da gravidez. “O diagnóstico dessas intercorrências dentro do pré-natal faz uma diferença bárbara”, disse.