Política

MP afirma que vai acompanhar construção de ‘salas de aula’

Fiscalização será redobrada por conta do incidente ocorrido no Clube do Flamengo, onde dez pessoas morreram por incêndio em um módulo habitacional de contêiner

O Ministério Público Estadual (MPRR) informou ontem, 12, que vai acompanhar obra da Prefeitura de Boa Vista (PMBV) que visa à ampliação das salas de aula da rede municipal de ensino através de módulos habitacionais formados por contêineres.

A preocupação redobrada se deve à recente tragédia ocorrida no “Ninho do Urubu”, no Rio de Janeiro, onde dez pessoas, entre jovens atletas e funcionários do clube do Flamengo, morreram após um incêndio no local, que também se tratava de um módulo habitacional formado por contêineres.

Na ocasião, tanto o Flamengo quanto a empresa NHJ, responsável pela venda e locação de contêineres, informaram que os módulos habitacionais utilizados pelo clube atendiam a todas as exigências de utilização. O grupo disse ainda que um dos materiais utilizados para compor o contêiner, o poliuretano, não era propagador de incêndios. No entanto, perícia revelou que o material teria, sim, acelerado o processo do fogo.

BOA VISTA – Sobre a situação em Roraima, a Promotoria de Justiça de Defesa da Educação do MPRR deixou claro que não recebeu denúncia com relação à utilização de módulos, como salas de aula para uso provisório, a fim de atender a demanda na rede municipal de ensino.

Porém, a Promotoria de Justiça afirmou que tem ciência do caso e acompanhará a construção das salas para que seja garantida a segurança dos alunos. “Havendo irregularidades, o MPRR adotará as medidas necessárias”, ressaltou o órgão.

A Folha entrou em contato com a Prefeitura Municipal de Boa Vista para obter informações sobre o processo de aquisição e ampliação das salas de aula, porém, não obteve retorno. A equipe também tentou acionar a empresa responsável pelo fornecimento dos contêineres, mas a companhia está com o site desatualizado e não possui página oficial nas redes sociais.

ENTENDA – Em janeiro, a Folha divulgou a homologação do pregão eletrônico para contratação da empresa Pertec Pernambuco Técnica Eireli por R$ 4.646.450. O contrato é de fornecimento de contêineres que deverão ser usados como salas de aula complementares em escolas da rede municipal de ensino.

A informação é que os contêineres seriam utilizados pelo município para comportar o aumento de demanda por vagas na rede de ensino em meio à atual crise migratória e que os módulos já viriam equipados com ar-condicionado e mobiliário necessário para atender as crianças. (P.C.)