Cotidiano

Operação acontece até o Carnaval

FABRÍCIO ARAÚJO

Colaborador da Folha

A Operação Rodovida foi iniciada em 14 de dezembro com o intuito de aumentar a fiscalização nas rodovias durante as festas de fim de ano e segue até o Carnaval de 2019, em março. Do início até o dia 27, foram fiscalizados 3.719 veículos e 3.565 pessoas.

Entre os veículos abordados, 947 pessoas foram fiscalizadas por alcoolemia, sendo 36 autuadas por estarem dirigindo bêbadas. Desses casos, houve a constatação de que 14 condutores estavam alcoolizados e outros 12 se negaram a se submeter ao teste do bafômetro. Mas os maiores problemas, de acordo com o superintendente substituto da PRF, Rommel Dantas, foram as ultrapassagens, consideradas as principais causas de acidentes, e o uso de celular ao volante.

No total, foram constatadas 94 ultrapassagens, sendo 84 em faixa dupla. “A maior causa de acidentes de trânsito hoje são as ultrapassagens, em locais proibidos, ou as forçadas, naqueles permitidos. E este é o tipo mais grave porque gera uma colisão frontal e o impacto é muito maior, com danos muito grandes nas pessoas”, explicou Dantas.

Dos condutores que manuseavam ou seguravam celulares enquanto dirigiam, apenas quatro foram autuados. Mas a atenção dada ao aparelho, mesmo durante segundos, é suficiente para que acidentes graves aconteçam em situações simples, como a de detectar um pedestre em uma faixa.

Também foi constatado o caso de um condutor ou passageiro sem capacete. Já pela falta do uso de cinto de segurança, foram autuados 12 motoristas e 39 passageiros, com o registro de nove acidentes, sendo três sem vítimas, quatro com feridos e dois com mortes. Oito pessoas se machucaram, oito saíram ilesas e duas morreram.

“É preciso que o condutor tenha certas precauções, como evitar ultrapassagem em local proibido, não se esquecer do cinto de segurança, da cadeirinha e não usar celular enquanto dirige porque tem provocado muitos acidentes. O uso do telefone gera desatenção do condutor e em um segundo pode causar um acidente”, relatou o superintendente substituto.

De 14 a 26 de dezembro, 21 pessoas foram detidas, sendo cinco pelo teste de alcoolemia, quatro por contrabando ou descaminho, duas por crimes ambientais e dez por outros tipos de crimes. Um ponto curioso é que também houve um caso de trabalho escravo denunciado durante a operação.

“A ocorrência era de um brasileiro que foi abordado caminhando pela rodovia e relatou que estava trabalhando em uma fazenda com a promessa de que receberia diárias, alimentação e alojamento, mas, depois de alguns dias, o proprietário da fazenda não estava mais dando refeições. O rapaz estava se alimentando de frutas e não recebeu o valor pelo trabalho”, contou Rommel Dantas.

Apesar dos números, o superintendente se mostrou confiante porque, de forma geral, houve queda em números de acidentes e mortes no trânsito em comparação ao ano anterior. A expectativa é que a última operação do ano coíba o aumento de ocorrências.

“Tivemos uma redução computada, até dois dias atrás, de cerca de 20% no número de acidentes, quase 20% também de feridos e aproximadamente 40% de diminuição no registro de mortes. Esperamos manter essas estatísticas na operação de Ano-Novo, porque é a última da PRF em 2018 e também a primeira de 2019. Esperamos fechar com bons índices”, afirmou. (F.A)