Polícia

Aeronave faz pouso forçado e PM encontra ouro e dinheiro

No fim da manhã da quinta-feira, 19, uma aeronave suspeita estava parada no Lago do Robertinho, zona Rural de Boa Vista. Após receber denúncia, uma equipe da Companhia Independente de Polícia Ambiental (Cipa), da Polícia Militar, foi até o local e conversou com o dono do balneário que disse não saber a quem pertencia o avião.

Os policiais verificaram que se tratava de um avião de pequeno porte, monomotor, prefixo PT-NKW. O denunciante explicou que a aeronave estava pousada desde às 17h da quarta-feira, 18, e que horas antes, às 12h12 daquele mesmo dia, um grupo de cinco indivíduos entrou no estabelecimento e fez o consumo de pelo menos R$ 500 e saiu sem pagar, indo em direção ao avião.

O denunciante ainda revelou que os suspeitos estavam usando dois carros, sendo uma Toyota/Hilux SW4, cor branca, e um Fiat/Strada. Tudo foi registrado pelas câmeras do circuito interno de segurança. Assim que o avião fez o pouso, os sujeitos desembarcaram bolsas, sacolas, entraram nos veículos e fugiram.

Quando os policiais colhiam informações, às 14h, notaram que havia movimentação estranha próximo ao avião e foram até lá, ocasião em que observaram que estavam abastecendo o monomotor com combustível distribuído em carotes de 50 litros. A guarnição da Cipa constatou que o transporte não seguia os padrões estabelecidos pela legislação, o que caracterizava crime ambiental, previsto no art. 56 da lei 9605/98, e também em desacordo com o que prevê a lei de transporte de combustível, como determina a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Durante a revista, foi encontrada uma pistola da marca Taurus, calibre ponto 40, carregada com 11 munições, em posse de um homem de 38 anos que descobriu-se ser policial militar do Amazonas. Ele também estava em posse de um coldre. O suspeito apresentou apenas a carteira militar que comprova que ele está na condição de reformado. Ao ser questionado sobre sua estadia em Boa Vista, afirmou que estava apenas fazendo segurança de um VIP [empresário], mas não soube responder qual era o nome do empresário.

O militar revelou que ficou hospedado num hotel que fica ao lado do Pátio Roraima Shopping, no bairro Cauamé, juntamente com o piloto do avião e o empresário, mas que todos ficaram em quartos separados. O piloto do avião, de 25 anos, também foi questionado sobre sua vinda a Roraima e ele respondeu que tinha sido contratado, mas não quis fornecer o plano de voo e também não se manifestou sobre a aterrissagem numa pista que não é cadastrada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Um assessor parlamentar de 27 anos também estava entre os suspeitos, mas justificou que tinha sido contratado apenas para deixar as pessoas no local onde estava a aeronave, juntamente com o material fornecido pelos contratantes, e também pagar o consumo feito no restaurante do Lago do Robertinho, no dia anterior. (J.B)

PM intensificou as buscas ao empresário que foi achado no hotel

Dentro do apartamento foram encontrados dinheiro, ouro e uma pistola (Foto: Divulgação)

Como o caso ainda precisava ser apurado, outra equipe da PM foi até o hotel, conversou com os funcionários e conseguiram chegar ao apartamento onde estava o suposto proprietário do avião, de 26 anos, e uma cabeleireira de 36 anos. Ambos tomaram conhecimento sobre a presença policial e foram informados que o quarto seria revistado.

No interior do quarto usado pelo casal foram encontrados: dois celulares da marca Iphone; uma pistola da marca Taurus, modelo 838, com 15 munições; uma barra de ouro que pesava aproximadamente 300g, a quantia de R$ 18.442,00 e mais o registro de uma arma. Todos esses itens estavam em posse do empresário. A acompanhante detinha apenas um celular motorola.

Diante dos fatos, o casal foi conduzido à sede da Polícia Federal em Boa Vista, considerando que a principal hipótese é de que os detidos estão praticando crime, em posse de ouro que possivelmente seja oriundo da região de garimpo ilegal no território de Roraima.

Além disso, eles devem dar explicações sobre a origem dos valores, do porte de arma de fogo e da pequena barra de ouro. A principal suspeita é de que os elementos tenham usado o avião para fazer a rota ilegal do ouro.

A Folha entrou em contato com a assessoria de comunicação da Polícia Federal e foi informada de que três suspeitos foram autuados em flagrante por associação criminosa; crime contra o patrimônio, por portar ouro sem autorização legal ou em desacordo com as obrigações impostas; porte ilegal de arma de fogo e transporte irregular de produto inflamável [crime ambiental]. Todos foram levados para o sistema prisional, onde ficarão à disposição da Justiça. (J.B)