Polícia

Indígena é assassinado a pedradas e corpo é escondido em geladeira

A vítima foi morta a pedradas e teve o corpo incendiado supostamente pelo sétimo envolvido que está foragido

O jovem José Carlos Amaro da Conceição, de 25 anos, foi morto a pedradas nesta segunda-feira (30) na Comunidade Indígena Vista Alegre, zona Rural de Boa Vista. Seis suspeitos pelo crime foram capturados e um permanece foragido.

A vítima e os sete envolvidos, entre eles três adolescentes, bebiam em uma residência quando José e o foragido teriam iniciado uma discussão.

O jovem teria se armado com uma faca e tentado desferir os golpes contra o desafeto, que ao se livrar, pegou uma pedra e a jogou na cabeça da vítima. Ambos possuíam uma rixa antiga, informou a Polícia Civil de Roraima (PCRR).

O rapaz foi golpeado com a pedra novamente quando já estava no chão e colocado dentro de uma geladeira velha. Os individuos o levaram para dentro da mata, próximo a um igarapé. Ele ainda estava vivo.

Segundo o relato de um dos adolescentes, a geladeira rompeu e a vítima caiu. Os envolvidos perceberam que ela ainda se mexia, se assustaram e a mataram a pedradas.

Ainda conforme a PCRR, nenhum dos capturados confessou ter queimado o corpo, mas em depoimento, um dos adolescentes apontou o foragido como o autor.

O crime foi descoberto pelos integrantes da comunidade na manhã de hoje (31), que conseguiram deter seis dos envolvidos. A Polícia Militar foi acionada pelo tuxaua e a ocorrência foi atendida por uma equipe da Força Tática.

Levados ao 5° Distrito Policial, os quatro adultos foram presos em flagrante e dois adolescentes apreendidos. De acordo a delegada Eliane Gonçalves, que acompanha o caso, apesar do crime ter acontecido na noite anterior, ela decidiu lavrar as prisões e apreensões devido os costumes da comunidade e pela distância do local.

“Mesmo o crime tendo acontecido ontem, eu lavrei o flagrante pela situação de que a comunidade tem costumes diferentes. Eles prenderam os acusados imediatamente depois do fato e, diante da situação da distância da capital, a polícia só chegou horas depois. Mesmo assim, lavrei o flagrante, até mesmo por causa da situação que vivemos hoje, que está tudo reduzido. Se eu soltasse e não fizesse os flagrantes, possivelmente seria difícil depois localizar e prender esses indivíduos”, explicou.

O corpo de José Carlos foi removido ao Instituto Médico Legal (IML) na manhã desta terça-feira (31) e até o fechamento da matéria, não tinha sido liberado para velório e sepultamento.