Polícia

Movimentação financeira de facção é alvo de operação da PF

Pelo menos dois dos mais de 80 mandados judiciais estariam sendo cumpridos em Roraima

Desde as primeiras horas desta terça-feira, dia 6, a Polícia Federal (PF) vem cumprindo uma série de mandados judiciais contra agentes do chamado núcleo financeiro de uma organização criminosa oriunda de São Paulo. A ação foi batizada de “Operação Cravada” e ela está sendo cumprida em sete estados, incluindo Roraima.  

De acordo com as primeiras informações obtidas pela FolhaWeb, 180 policiais federais estão em campo para cumprir 55 mandados de busca e apreensão, 30 mandados de prisão, expedidos pela Vara Criminal de Piraquara (PR). Pelo menos dois deles estariam sendo cumpridos em solo roraimense.

A ação de hoje também conta com o apoio do Ministério Público do Paraná (MPPR), Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MP de São Paulo (GAECO-SP), Departamento Penitenciário Federal, Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo e Polícia Militar.

De acordo com a PF, os trabalhos de investigação iniciaram em fevereiro deste ano, a partir de informações que indicavam a existência de um núcleo financeiro da facção criminosa estabelecido na Penitenciária Estadual de Piraquara. A atuação do órgão se dá em razão do caráter interestadual do grupo criminoso, o que foi identificado no decorrer da coleta de provas realizadas da Justiça Estadual do Paraná.

Nesse período, verificou-se que o núcleo é responsável por recolher e gerenciar as contribuições para a Facção Criminosa em âmbito nacional. Os pagamentos, que no inquérito policial foi identificado como “rifas”, eram repassados à organização criminoso por meio de diversas contas bancárias e de maneira intercalada, com uso de medidas para dificultar o rastreamento. A investigação indica a circulação de aproximadamente R$ 1 milhão/mês nas diversas contas utilizadas em benefício do crime.

“Foram identificadas e bloqueadas mais de 400 contas bancárias suspeitas em todo o país. Os valores que transitavam entre as contas bloqueadas eram utilizados para pagar a aquisição de armas de fogo e de entorpecentes para a facção (financiado diretamente a criminalidade violenta), além de providenciar transporte e manutenção da estadia de integrantes e familiares de membros da Facção em locais próximos a presídios”, ressaltou a PF, em nota.

Além de São Paulo, Paraná e Roraima, as ações estão sendo cumpridas nos estados do Acre, Mortas Grosso do Sul, Minas Gerais e Pernambuco. Os investigados devem responder, na medida de suas participações, pelos crimes de Tráfico de Entorpecentes, Associação para o Tráfico, Organização Criminosa, entre outros.

SOBRE A OPERAÇÃO – O nome da operação, “Cravada”, faz referência a uma jogada de xadrez em que uma peça, quando ameaçada de captura pela peça adversária, fica impossibilitada de se mover, em razão de haver uma peça de maior valor em risco.

De igual forma, a operação deflagrada hoje visa sufocar as reações das lideranças de Facções Criminosas, atingindo os núcleos importantes de comunicação e de gerenciamento financeiro.