Polícia

Operação prende 25 garimpeiros e apreende 24 toneladas de minérios

Segundo o Ministério da Justiça, a ação culminou na descapitalização de organizações criminosas, no impacto na logística de atuação dos suspeitos, na retirada dos não-indígenas, na preservação do bioma, no bem-estar e na saúde indígena

A operação Guardiões do Bioma, integrada por 12 órgãos federais, resultou na prisão de 25 garimpeiros e na apreensão de 23,9 toneladas dos minérios cassiterita, ouro e mercúrio na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.

Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, as ações contra o garimpo ilegal também resultaram na apreensão ou destruição de 36 aeronaves, 15,6 mil litros de combustíveis e 119 munições. Além disso, 115 autos de infração foram lavrados e 712 atendimentos de saúde à população indígena foram realizados.

O resultado da ação, realizada entre 5 de julho e 7 de agosto, foi divulgado nesta terça-feira (9) pela pasta. A operação, segundo o Ministério, culminou na descapitalização de organizações criminosas, no impacto na logística de atuação dos suspeitos, na retirada dos não-indígenas, na preservação do bioma, no bem-estar e na saúde indígena.

“A partir do momento que tornamos o garimpo, uma gasolina cara, uma aeronave cara, mão de obra cara, não vai valer a pena, não vai ficar confortável para os garimpeiros exercerem essa atividade”, disse o diretor de operações do Ministério da Justiça, Fernando Oliveira.

A operação multiagências contou, ainda, com: a fiscalização de aeródromos, pistas de pouso, aeroportos, pontos de abastecimento e aeronaves; bloqueios fluvial e rodoviário; monitoramento de hectares; destruição de motores, geradores e esteiras, além de medidas administrativas. Por falta de autorização, três tanques com capacidade para 15 mil litros (vazios) foram interditados e sete pessoas tiveram a habilitação para voar suspensas.

As instituições envolvidas na operação foram: Agência Nacional de Aviação Civil (Anac); Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel); Exército Brasileiro (EB); Força Aérea Brasileira (FAB); Força Nacional de Segurança Pública (FNSP); Fundação Nacional do Índio (Funai); Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); Polícia Federal (PF); Polícia Rodoviária Federal (PRF); e Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).

Ação contínua

No ano passado, as ações repressivas no território Yanomami resultaram na apreensão de 89 aeronaves e uma de asa rotativa, dez motores de popa, 17 veículos, dois geradores, nove armas, 17,8 mil litros de combustíveis, 29,8 toneladas de minério, 850 munições, nove embarcações do tipo voadeira, entre outras.

Também houve: fiscalização de 182 aeronaves, 87 pistas de pouso e 135 postos de revenda; interdição de 22 postos de combustíveis e 14 aeronaves; inutilização de 4 tratores, 10 balsas, 91 motores, 11 veículos, 22 aeronaves e 88,5 mil litros de combustíveis; suspensão de 15 aeronaves e 34 autos de infração.

Segundo o secretário de Operações da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça, Alfredo Carrijo, a queda em alguns indicadores de 2022 é reflexo do enfraquecimento de ilícitos ambientais na Terra Yanomami, ocorrido em 2021.

No ano passado, 90 aeronaves foram apreendidas e 22 destruídas. Segundo o secretário, isso impactou diretamente na atuação dos criminosos porque o modal aéreo é o principal meio para a logística de ilícitos como a atividade garimpeira. E a reposição destas aeronaves não é tão simples.

Ainda de acordo com Carrijo, a tendência é de queda dos indicadores a cada ano até não restar mais apreensões e/ou inutilizações de veículos, combustíveis ou maquinários.