Polícia

Presos líderes de facção que deram ordem para matar adolescente

Em cumprimento de mandado de prisão temporária, agentes da Delegacia Geral de Homicídios (DGH) prenderam na quinta-feira, 7, duas pessoas consideradas líderes de uma facção criminosa com o “cargo” de “geral” e “disciplina”. No momento do cumprimento do mandado, os dois foram presos em flagrante por crime de tráfico e associação para o tráfico de drogas. Eles são apontados como participantes da execução da estudante Erika Samay Rodrigues da Silva, de 18 anos, vista com vida pela última vez por volta das 14h30 do dia 09 de outubro deste ano.

De acordo com informações prestadas pelo delegado da DGH, Jorge Wilton Nepomuceno, que preside as investigações que visam esclarecer as circunstâncias, as causas e os autores da execução de Erika Samay, as diligências para prisão do casal contou com o apoio das equipes da Dicap (Divisão de Inteligência e Captura) da Sejuc (Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania) e Draco (Distrito de Repressão as Ações Criminosas Organizadas) da Polícia Civil. 

Para identificar o casal que participou da execução de Érika Samay, as investigações continuaram sendo realizadas pela equipe da DGH. O delegado responsável pelo caso representou na Justiça pela prisão deles. 

A Justiça decretou a prisão e durante todo o dia da quinta-feira, foram realizadas diligências para prendê-los. O casal foi preso em uma casa localizada no bairro Pedra Pintada, zona Rural de Boa Vista. Durante revista na casa, foram encontrados papelotes de skank, preparados para o comércio. Camila afirmou que vende drogas para “sobreviver”. O casal foi autuado em flagrante por crime de tráfico de drogas.

Sobre a morte de Érika Samay, tanto a acusada quanto companheiro dela negaram a participação no crime. Entretanto, para o delegado Jorge Wilton Nepomuceno as investigações confirmam a participação dos dois. Inclusive, ambos seriam uma espécie de “juízes” no tribunal ao qual a jovem foi submetida. 

Pelo crime de tráfico e associação para o tráfico de drogas, o casal foi autuado em flagrante e posteriormente apresentados à Audiência de Custódia, onde tiveram a prisão preventiva decretada.

O CASO – A partir da comunicação do desaparecimento da jovem Erika Samay Rodrigues da Silva, a Polícia Civil iniciou as investigações que resultaram na prisão em flagrante de seis pessoas adultas e uma adolescente de 16 anos, acusadas de participação no assassinato. Os trabalhos apontaram que a garota foi submetida a um “tribunal” por integrantes de uma organização criminosa e levada pelo próprio namorado, o mecânico Alan da Silva Sousa, de 26 anos, para ser morta.

A DGH e NI (Núcleo de Inteligência) da Polícia Civil passaram a investigar o caso detalhadamente. Para a prisão dos acusados no crime, contou também com o apoio do GRT (Grupo de Resposta Tática) e DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção a Pessoa). O delegado expediu Ordem de Missão aos agentes para iniciarem as investigações no sentido de localizar a jovem ainda com vida.

Conforme a Polícia, o processo de “julgamento” de Érika Samay pelo “Tribunal do Crime” teve início no dia 08 de outubro, mas sua execução teria ocorrido provavelmente no dia 10. A estudante foi levada para três cativeiros diferentes, sendo um numa área de invasão chamada Nova Esperança, no bairro Equatorial, o segundo no bairro Pedra Pintada e o terceiro, onde teria sido executada, provavelmente no loteamento João de Barro.

Na ocasião, foram presos um chapeiro de 19 anos, apelidado de “Mizuno”, apontado como sendo integrante de uma organização criminosa, com a função de fazer levantamento de integrantes dessa facção que não estão “em sintonia” com o grupo; um jardineiro de 40 anos, dono de uma das casas em que a garota teria sido mantida em cativeiro; um técnico em refrigeração chamado de “Guilherme”, namorado da adolescente apreendida e integrante da organização criminosa; uma jovem apelidada de “Neurótica” ou “Santa Morte”, de 37 anos, apontada como integrante da organização criminosa e, juntamente com o marido, de serem os donos do Chevrolet/Celta, cor preta, usado para o transporte da vítima; Outro suspeito foi o vulgo “Das Trevas”, de 22 anos, marido de “Neurótica”; O mecânico de motocicleta vulgo “Zona Leste”, namorado de Erika Samay. Além da adolescente de 16 anos.

BUSCAS PELO CORPO – O corpo de Érika Samay foi localizado na tarde do dia 25 de outubro, após várias diligências realizadas pela equipe da DGH, numa área de difícil acesso, no loteamento João de Barro. (J.B)