Polícia

Um mês após ação da PF, agentes penais de Roraima continuam presos

A operação investigou a suposta prática dos crimes de participação em organização criminosa, tráfico de drogas, associação para o tráfico, peculato, corrupção passiva, prevaricação e lavagem de dinheiro

Os 23 agentes penitenciários de Roraima, que foram alvos da Operação Alésia, desencadeada pela Polícia Federal (PF) no dia 16 de dezembro, continuam presos.

A operação investigou a suposta prática dos crimes de participação em organização criminosa, tráfico de drogas, associação para o tráfico, peculato, corrupção passiva, prevaricação e lavagem de dinheiro, que de acordo com a PF teriam sido praticados pelos agentes dentro do Sistema Prisional de Roraima.

Segundo a Defesa dos agentes, o inquérito policial está em andamento. “Ao despachar com o delegado a frente das investigações, ele garantiu que o relatório final está próximo de acontecer, e que em seguida será remetido ao poder judiciário, conforme a legislação. Após isso, os autos serão enviados ao MP para oferecimento de denúncia ou não”, explicou o advogado Leone Vitto dos Santos.

De acordo com o advogado, no âmbito do inquérito policial alguns fatos que até então eram considerados ilícitos estão sendo esclarecidos. “Inicialmente, é importante frisar que, já no âmbito do inquérito policial, foi possível esclarecer fatos que antes eram vistos como “indícios de ilicitudes”, pois, após os interrogatórios dos acusados, juntada de documentações comprobatórias e oitivas das testemunhas, restaram comprovadas suas licitudes. Igualmente ocorreu com as transações bancárias investigadas, e aquilo que poderiam ser frutos de atividades ilícitas no desempenho de suas funções, tornaram-se devidamente esclarecidas”, disse o advogado.

A defesa alega ainda que com as investigações ficou claro que não se trata de uma organização criminosa. “A defesa ressalta que o que foi apurado não se enquadra em qualquer das espécies de organização criminosas, visto que são situações isoladas, sem união se desígnios, e ainda que houvesse ilícito, o que não há, não se encontram presentes os elementos para a configuração de associação criminosa. Entendemos que o poder judiciário já tem o panorama ideal para que, através de sua apurada sensibilidade, decida nos habeas corpus impetrados que a prisão preventiva não se faz necessário ao caso concreto”, acrescentou.

Sindicato diz que acredita na inocência dos agentes

Joana Dark é vice presidente do Sindicado dos Policiais Penais de Roraima (Foto: Laura Alexandre/FolhaBV)

A vice-presidente do Sindicato dos Policiais Penais, Joana Dark, disse em entrevista a FolhaBV que a instituição acredita na inocência dos agentes penais, e está oferecendo apoio jurídico aos agentes.

“A exatamente um mês, 23 famílias estão aqui fora sangrando com a ausência de seus entes que foram retirados do seio de suas famílias com essas acusações que não tínhamos conhecimento. E após termos conhecimento do processo, estamos dando todo o auxilio jurídico aos nossos amigos, pois acreditamos na inocência de cada um deles, e esperamos que a justiça seja feita, e que as liminares e os pedidos de habeas corpus sejam julgados para que eles venham para o lado de fora”, disse Joana.

Ainda segundo a sindicalista, na carreira dos agentes não há nada que os desabone. “Temos ali, pais e mães de família que se dedicam há oito anos a prestação de serviços a população de Roraima, e que nunca tiveram nada que desabonasse suas condutas profissionais, e que possuem curriculum invejável. Os áudios e gravações mostrados pela PF no processo não condizem com a realidade, àquelas pessoas que analisarem a peça acusatória irão perceber onde si iniciam uma brincadeira de Whatsapp, e ao final dessa brincadeira, onde se diz esclarecer o que foi dito no áudio anterior se torna inaudível”, acrescentou.