Política

Papa veta políticos com mandato entre convidados do Sínodo da Amaz

O governo brasileiro havia manifestado, por vias diplomáticas e pelas Forças Armadas, o interesse de ter voz na assembleia mundial

A um mês da realização do Sínodo da Amazônia, marcado para outubro em Roma, o Vaticano prepara a lista final de convidados especiais do papa Francisco para participar das discussões sobre a floresta tropical, com veto à participação de políticos com mandato.

“Não virão políticos com mandato, nem militares. Não participarão”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo o cardeal d. Cláudio Hummes, relator-geral do Sínodo, nomeado pelo pontífice.

O governo brasileiro havia manifestado, por vias diplomáticas e pelas Forças Armadas, o interesse de ter voz na assembleia mundial de bispos dedicada a discutir problemas socioambientais nos nove países “panamazônicos” e a presença católica na região. O presidente Jair Bolsonaro considera que há “muita influência política” no Sínodo.

O papa abriu espaço para convidados não religiosos, os chamados auditores e peritos, e deve convidar personalidades mundiais, cientistas e ambientalistas para participar das consultas de aconselhamento. “O papa fala muito da necessária fundamentação científica”, afirmou d. Cláudio.

Um dos nomes brasileiros na lista é o do climatologista Carlos Nobre. Ele participará das primeiras atividades do Sínodo, que ocorrerá entre os dias 6 e 27 de outubro.