Política

Sérgio Moro diz que pode ter cometido “descuido informal”

Declaração foi feita durante apresentação do esquema de segurança da Copa América, em São Paulo

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, declarou nesta sexta-feira, 14, que pode ter cometido um “descuido formal” ao trocar mensagens com membros da Força-Tarefa Lava Jato por meio do aplicativo de mensagens Telegram.

“Eu não cometi nenhum ilícito. Estou absolutamente tranquilo em relação a todos os atos que cometi enquanto juiz da Lava Jato”, disse o ministro durante apresentação do esquema de segurança da Copa América, evento que começa na noite de hoje, em São Paulo.

Moro voltou a afirmar que não tem como comparar as mensagens que eventualmente tenha trocado com o procurador Deltan Dallagnol, chefe da Força-Tarefa Lava Jato em Curitiba, com as reproduções de trechos dessas conversas que vêm sendo publicados pelo site de notícias The Intercept Brasil. O ministro, no entanto, reiterou que o teor das conversas, além de descontextualizado, pode ter sido alterado.

O site The Intercept não revelou a origem das mensagens, que afirma ter recebido de uma fonte anônima.

Segundo o ministro, a Polícia Federal (PF) apura se a “invasão” do aplicativo de mensagens que ele e os procuradores da força-tarefa da Lava Jato usavam, o Telegram, foi uma ação individual ou de um grupo de hackers. Em nota divulgada esta semana, os responsáveis pelo Telegram afirmaram não haver, até aqui, evidências de que seu sistema tenha sido invadido por cibercriminosos.

Existe também a hipótese de o chip do celular do ministro, ou de um ou mais procuradores, ter sido clonado, permitindo o uso ilegal. A terceira possibilidade levantada pelo Telegram é que um dos usuários possa ter sido alvo de um vírus cibernético (malware). Ou que um dos participantes das conversas tenha vazado os diálogos.

Ainda hoje, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou haver “possibilidade zero” de exonerar o ministro da Justiça, Sergio Moro, após a crise gerada por vazamentos de mensagens entre Moro quando juiz federal em Curitiba e a força-tarefa da Operação Lava Jato. Segundo o presidente, em nenhum momento após o vazamento de mensagens a demissão de Moro foi tratada pelos dois.