Área plantada em RR pode chegar a 100 mil hectares

Roraima pode aumentar a sua produção agrícola em 2020 chegando perto de 100 mil hectares de área plantada. Porém, a avaliação é que ainda se necessita de investimento na logística, em especial, na questão de escoamento da mercadoria para outros estados e países.

A avaliação é do produtor rural Ermílio Paludo, durante entrevista ao programa Agenda da Semana na Rádio Folha 100.3 FM neste domingo, 19. Conforme o empresário do ramo, o Estado é extremamente produtivo no setor da agricultura por conta das suas características próprias, como o solo, o alto número de horas de sol e até o volume de chuva que foi mais alto em 2019 do que nos últimos anos.

“Hoje estamos perto de 60 mil hectares plantados e devemos passar para os mais de 100 mil hectares”, afirma Paludo.

O empresário ressalta, no entanto, que medidas devem ser tomadas para impedir que esses produtos encalhem em Roraima. O que pode auxiliar na exportação, segundo Ermílio, é a pavimentação da estrada na fronteira com a Guiana.

“Eu diria que isso é um dos pontos mais importantes, junto com a regularização fundiária, ambiental, questão sanitária e de distribuição de energia elétrica. Sem isso não há exportação. O governo deveria focar junto com o Governo Federal, para que se possa realmente escoar a produção”, declarou.

O empresário acredita que a Guiana pode ser um grande parceiro comercial para o Estado, também por conta das características geográficas de Roraima. Ele avalia que há pouco espaço no mercado para venda nas demais localidades do país. “Abaixo de Manaus não dá para competir. Não dá para passar com carne, com milho. Então não podemos ficar de costas nem para Venezuela e nem para Guiana. E com o asfaltamento da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, nós vamos ter maior dificuldade”, afirma.

Paludo também avaliou um possível alinhamento com o Governo da Guiana, após longos anos de distanciamento. Segundo o empresário, na primeira conversa que o governador Antonio Denarium (sem partido) teve com representantes do Governo Federal, a ideia de financiar parte do asfaltamento ao custo de cerca de R$ 25 milhões foi rejeitada.

A avaliação é de que o governo federal não quis, a princípio, dar continuidade às tratativas realizadas nas gestões anteriores, mas conforme o empresário, os debates foram retomados e a atual perspectiva é mais positiva.

“Houve realmente esse problema de falta de segurança no financiamento de obras em outros países. Mas agora, acho que temos chance. Mas R$ 25 milhões é um investimento pequeno dado à magnitude que isso pode representar para o nosso Estado. Se nós queremos independência financeira, precisamos decidir as prioridades do investimento. Acho que é preciso foco e decisão política”, complementou. (P.C.)