Enquanto discursava contra a obrigatoriedade da vacina e comentava sobre a live que continha mentira sobre a relação do imunizante com o vírus HIV, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi interrompido por uma mulher, no culto de 106 anos da Assembleia de Deus em Roraima, realizado nessa terça-feira.
Depois de várias tentativas, a moça conseguiu a atenção de Bolsonaro para falar da existência da prova Revalida (Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicas Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira).
“Senhor presidente, eu quero pedir a favor de todos os médicos formados no exterior. O Revalida foi criado no governo do PT. Em 2011 teve a primeira prova do Revalida, eles [PT] acreditando que iam nos ajudar, porque antes a nossa revalidação era feita de forma simplificada. Eu sou nascida daqui de Roraima, passei sete anos na Venezuela estudando lá… no meio de tudo o que aconteceu lá naquele país, voltei ao meu país, voltei ao meu estado. Se fosse antes do PT, eu entregaria meus documentos na Universidade Federal e eles fariam a complementação simplificada”, disse.
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Criado em 2011, o Revalida visa verificar a aquisição de conhecimentos, habilidades e competências requeridas para o exercício profissional adequado aos princípios e necessidades do Sistema Único de Saúde, em nível equivalente ao exigido dos médicos formados no Brasil. A prova não foi aplicada de 2017 a 2020.
Em resposta à mulher, Bolsonaro reforçou que a média de aprovados no Revalida é de 5% dos candidatos e sobre a reavaliação da prova em seu governo. “Teve parado o Revalida por muitos anos, nós reavaliamos isso daí, então a prova do Revalida é definida em lei e vai ser aplicada pelo meu governo e quem é responsável pelo Revalida nessa área é o pastor Milton [Ribeiro], que é o ministro da Educação”, disse.
O ministro da Educação, inclusive, deve vir a Boa Vista nessa quinta-feira (28), na companhia do presidente do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento do Ensino), Marcelo Pontes.
Pouco antes de ser interrompido, Bolsonaro falava, sem apontar a base científica, que “quem já se contaminou, isso dizem os médicos, tem mais anticorpos do que quem tomou vacina” e de democracia.
