Política

Deputado afirma que foi ameaçado após críticas ao Governo

Em sessão plenária da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) nesta terça-feira, 19, o deputado estadual Renato Silva (Republicanos) afirmou que sofreu ameaças após críticas ao Governo do Estado, em especial, ao titular da Casa Civil, Disney Mesquita.

No seu discurso, o parlamentar declarou que desde dezembro passado que vem recebendo ameaças de morte, por meio de telefonemas de número restrito, e até de visita de agentes da Polícia Civil de Roraima (PCRR) em sua residência.

“Já recebi Polícia Civil na minha casa, à 1h da manhã, para dizer que a Casa Civil mandou investigar a minha vida, sem autorização judicial. E mais, que se não encontrassem nada, teriam que inventar para sujar a minha imagem”, declarou o deputado na tribuna.

O parlamentar cobrou que a situação deve ser investigada pela Casa, com relação ao suposto uso de agentes da Polícia Civil para alegado ato de intimidação. Disse ainda que tem provas, com áudios vazados, que devem ser apresentados para a Assembleia.

“Já falei de um áudio que eu tenho da polícia falando da ordem do Chefe da Casa Civil. Ele não deveria fazer isso, usar a estrutura da Polícia Civil para investigar sem ordem judicial. Nós temos que apurar isso. A Casa tem que apurar isso”, declarou.

Outro ponto citado pelo parlamentar foi a questão do registro de um boletim de ocorrência durante investigação em processo licitatório da Secretaria Estadual de Educação (Seed), em agosto do ano passado. Segundo o deputado, o boletim foi registrado meses após o confronto na sede da pasta. “Encaminhei a demanda aos órgãos de controle, mas começaram a jogar para cima de mim. Agora em janeiro, depois de eu estar fazendo várias críticas ao Governo, foi feito um boletim contra mim dizendo que eu estava imputando crime à servidora”. 

O parlamentar também aproveitou o momento para declarar que teria sido acusado de ampliar seu patrimônio pessoal após ser nomeado enquanto deputado. No uso da palavra declarou que realizou empréstimos bancários somando uma quantia de mais de R$ 700 mil para construção de uma casa ainda não finalizada, compra de um terreno e um veículo.

Renato ressaltou ainda que não se considera um parlamentar de oposição ao Governo. “Não existe posicionamento de oposição ou de situação. Sempre vou elogiar o Governo quando necessário e sempre vou criticar quando necessário. O Governo é incompetente, é covarde. Todos nós sabemos”, completou.

Após a fala do parlamentar, deputados que compõem a base do Governo na Assembleia também se pronunciaram. O deputado Marcelo Cabral (MDB) afirmou que não tinha procuração para defender o Poder Executivo, mas alegou que houve melhora no Estado após a mudança na gestão. “Vejo o trabalho que o Disney tem feito, trazendo a interlocução entre os poderes. Tem feito o seu papel que tem ajudado a construir um governo melhor para a vida da pessoa. Ninguém é perfeito, ninguém só acerta. Temos erros e acertos. Mas, não vou aceitar que falem só os pontos negativos”, disse.

São ataques sem fundamento e sem provas, diz chefe da Casa Civil

A Folha entrou em contato por telefone com o chefe da Casa Civil, Disney Mesquita, que afirmou que o deputado está apenas querendo chamar a atenção e que a Casa Civil do governo não se presta a esse tipo de situação. Mesquita disse que o governo tem trabalhado de forma intensa no combate à corrupção no estado e que isso nem sempre é visto de forma positiva por quem tem interesses.

Citou o registro de boletim de ocorrência feito pela chefe da Comissão de Licitação da Educação, que denunciou que estaria sofrendo coação do parlamentar. O Chefe da Casa Civil afirmou também estar tranquilo e disse que tem feito um trabalho sério à frente da Casa Civil do governo Denarium, voltado para beneficiar a população.

“É um deputado que era da base do governo e que se sentiu desprestigiado e se revoltou, e agora dispara ataques sem fundamentos e sem provas”. A reportagem da Folha procurou a assessoria de comunicação do governo para se pronunciar sobre a situação envolvendo a Polícia Civil, mas até o fechamento da matéria não obtivemos retorno. O espaço está aberto. (P.C.)