Política

Deputado diz que nova secretária é advogada de terceirizadas da Sesau

Nilton do Sindpol (Patri) afirma que Cecília Lorezom, recém-nomeada para assumir a Sesau, é advogada de empresas terceirizadas que prestam serviço à pasta

A recente nomeação da atual secretária estadual de Saúde, Cecília Lorezom, foi tema de debate durante sessão ordinária na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) na manhã de terça-feira, 18. Um dos pontos discutidos foi a suposta ligação da nova titular da Sesau com as empresas terceirizadas que realizam serviço ao Governo do Estado.

A declaração foi feita pelo deputado Nilton do Sindpol (Patriota), durante discurso em plenário na ALE-RR. Na ocasião, o parlamentar fez novas críticas ao atendimento de saúde na rede estadual e comentou a terceira mudança na gestão em menos de seis meses. 

Nilton disse ainda que Cecília Lorezom seria advogada representante de empresas que prestam serviço terceirizado ao Governo do Estado. “Foi nomeada uma nova secretária de Saúde. E essa secretária, vocês podem pesquisar, ela é advogada das empresas que atuam dentro da Secretaria de Saúde. É por isso que é importante a instalação da CPI da Saúde”, completou.

A deputada Tayla Peres (PRTB), por sua vez, informou que o momento é de união e de procurar soluções para os problemas enfrentados pelo Estado. “A gente não pode desejar o mal para o A ou B. Temos que nos juntar e procurar solucionar os problemas. Vamos sair desse discurso”, complementou.

Por sua vez, o líder do Poder Executivo no Governo, deputado Soldado Sampaio (PC do B), afirmou que é importante discutir o que está falhando. “Tenho tido conversas com o governador [Antonio Denarium (PSL)] sobre a saúde, educação e segurança. Com a saúde, sei que ele vem tentando. Espero que dê certo”, afirmou.

Sampaio disse ainda que chegou a discutir com Denarium sobre as reclamações na saúde e afirmou que faltava diálogo entre a gestão e as diretorias e representações no interior do Estado. “Não precisa só combater a corrupção. Tem que ter gestão. No mínimo isso”, concluiu.

Por fim, a deputada Betânia Almeida (PV) voltou a cobrar a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da saúde, proposta em abril deste ano, após denúncias do ex-secretário da Saúde, Ailton Wanderley, de suposto esquema de corrupção na Sesau. 

“Há dois meses nós conseguimos 18 assinaturas, dos 24 parlamentares. Tudo para a criação da CPI. Ela deve ser instaurada e se não for, o povo precisa saber o motivo. O povo está querendo a verdade, e não uma maquiagem nas redes sociais”, disse Betânia. (P.C.)

Sesau diz que titular não exerce advocacia desde fevereiro

Cecília Lorezom, nova titular da Sesau, pediu licença ao ser nomeada em cargo público no Governo (Foto: Secom)

Questionada sobre as declarações do deputado Nilton do Sindpol, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) do Governo do Estado não comentou a suposta ligação da atual secretária de saúde, Cecília Lorezom, com empresas terceirizadas que prestam serviço à Sesau.

Em nota, a Secom afirmou apenas que a nova secretária solicitou licenciamento do registro na Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Roraima (OAB-RR), quando foi nomeada na função pública, no caso, para a vice-presidência da Comissão Permanente de Licitação (CPL-RR).

Na cópia do documento enviado em anexo consta que Cecília requereu o licenciamento do registro junto à OAB-RR em 04 de fevereiro de 2019. “Dessa forma, ela não exerce a advocacia no Estado de Roraima”, completou a Sesau.

A pasta ressaltou novamente que mudanças no primeiro escalão de governo, como qualquer outro tipo de nomeação de cargo em comissão, “seguem critérios técnicos e curriculares”.

CRM – A Folha entrou em contato com o Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM-RR) para saber se a entidade acompanhou a mudança na Sesau, em especial, por conta da alteração de gestão, que passou a ser desenvolvida por uma profissional da área do Direito.

No entanto, a entidade não se pronunciou sobre a questão e ressaltou apenas que está à disposição da nova secretária para “contribuir em tudo que se fizer necessário”, tendo em vista que o Conselho conhece a realidade de todas as unidades de saúde.

“Com isso, a instituição pode oferecer relatórios das irregularidades encontradas durante as fiscalizações. Reafirmamos o nosso compromisso com a sociedade, primando sempre por um atendimento de qualidade e condições de trabalho”, finalizou o CRM. (P.C.)