Política

Deputados constatam falta de equipamento em Hospital das Clínicas

Segundo a denúncia, não há equipamento para esterilizar materiais

Durante diligência da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Saúde no Hospital das Clínicas e no Pronto Atendimento Cosme e Silva, ambas no bairro Silvio Botelho, funcionários da primeira unidade denunciaram aos deputados o não funcionamento de duas máquinas, uma esterilizadora hospitalar e uma seladora.

Os servidores falaram sobre os perigos existentes, pois os materiais ficam acumulados no espaço até serem encaminhados ao HGR (Hospital Geral de Roraima) para realização do procedimento. Os trabalhadores afirmam que a seladora usada por eles é inadequada para uso hospitalar.

Os denunciantes afirmam que a autoclave está quebrada há seis meses, enquanto a seladora hospitalar não funciona há nove. Sem uma seladora adequada, há risco de contaminação dos instrumentos, caso os pacotes com materiais para esterilização abram. “Quando rompe a gente tem que usar do mesmo jeito”, disse servidor que preferiu não ser identificado. Outro perigo apontado no HC foram cilindros de oxigênio soltos, sem tubulação.

Estrutura

Os deputados Coronel Chagas (PRTB) e Nilton Sindpol (Patri) estiveram à frente das visitas desta segunda-feira. Nas duas unidades, os parlamentares solicitaram documentações, percorreram as estruturas físicas, conversaram com pacientes e questionaram os diretores sobre alimentação, plantão médico e rotina de atendimento de pacientes. 

Quem aguardava por atendimento no Pronto Atendimento Cosme e Silva reclamava da demora. Por não ter médico na cidade do Cantá, a 38 quilômetros da Capital, o agricultor Claudionor Rebouças buscou a unidade com a esperança de ter os sintomas solucionados pelos médicos da cidade. “Se fosse mais rápido seria melhor pra gente. No interior não tem médico, os postos foram por água abaixo e nós temos que correr pra cá, não tem outra opção”, lamentou.

Diante das observações e constatações, o presidente da CPI, Coronel Chagas, adiantou que todos estes pontos serão discriminados em relatório. “Verificamos aqui no Cosme e Silva que na segunda há uma demanda muito grande, aumenta o número de pessoas em busca de atendimento médico, ocasiona uma demora maior para as pessoas serem atendidas. Verificamos que na farmácia faltam alguns tipos de medicamentos e vamos encaminhar recomendações a Sesau [Secretaria Estadual de Saúde] para que aumente o estoque nessa unidade”.

Para resolver estes problemas, na avaliação do deputado Nilton Sindpol é preciso planejamento por parte do Estado. “A situação está de mal a pior em qualquer unidade que a gente vá ao estado a situação é a mesma”.

De acordo com a direção integrada das unidades, o Cosme e Silva atende, em média, cerca de 20 mil pessoas por mês, 700 por dia. Já no Hospital das Clínicas, com capacidade para 125 pacientes, são atendidos 104.  

A CPI da Saúde, da Assembleia Legislativa de Roraima, iniciou no mês de setembro e segue no cumprimento de aquisições de documentações para análise documental, visitas as unidades de saúde e oitivas de testemunhas. Nas próximas reuniões, o grupo definirá sobre as próximas unidades a serem percorridas no Estado.

Governo do Estado – A Secretaria Estadual de Saúde esclarece que já abriu um chamado de serviço para garantir a manutenção de equipamentos do HC (Hospital das Clínicas) e PACS (Pronto Atendimento Cosme e Silva), mas que ainda não há uma definição de quando o serviço será iniciado.

“Diante do problema, a secretaria determinou que a esterilização dos materiais cirúrgicos fosse realizada no Hospital Geral de Roraima (Hospital Geral de Roraima) e no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth). A direção geral de ambas as unidades descarta qualquer possibilidade de contaminação dos instrumentos, uma vez que a desinfecção dos mesmos está ocorrendo normalmente, sem prejuízo a qualquer paciente” informou.

Com relação ao armazenamento de cilindros de gás e de oxigênio, a direção geral do Hospital das Clínicas afirma que tem tomado todas as medidas de segurança, e que fatos referentes a uma suposta exposição de tubulações são improcedentes.