Política

Economista esclarece dúvidas sobre a reforma da Previdência 

De acordo com Fábio Martinez, o principal objetivo da Reforma é arrumar as contas do governo Federal, e não melhorar a vida dos brasileiros.

O economista Fábio Martinez, entrevistado do programa Agenda da semana, esclareceu os principais questionamentos da população quanto à Reforma da Previdência, que teve a primeira votação concluída e aprovada no dia 12 de julho.

De acordo com Martinez, o principal objetivo da Reforma da Previdência é arrumar as contas do governo Federal, e não melhorar a vida dos brasileiros.

“O maior gasto do Governo Federal é com a Previdência Social e isso acaba engessando o governo em usar recursos para investimentos em saúde e educação e acabará por afetar as finanças. Com a aprovação da reforma, o governo terá disponível mais dinheiro em longo prazo” explicou.

Martinez explicou que agora haverá uma idade mínima para se aposentar, o que antes não ocorria. “A maior parte das pessoas vão se aposentar com mais de 60 anos de idade. Não teremos mais aposentadorias precoces. Agora também haverá aumento no tempo mínimo para contribuir. Para o brasileiro ter 100% da média salarial, terá que trabalhar até 40 anos. Um exemplo para as mulheres é que serão necessários 35 anos de contribuição. Na prática, as aposentadorias tendem a diminuir porque agora pegam a média desde o começo da contribuição e por conta disso que requer um tempo maior, para que ocorra aumento no final”, disse.

Fábio lembrou que a Reforma ainda não foi totalmente aprovada e requer uma segunda etapa para passar pelo Senado, pois provavelmente ainda devem ocorrer mudanças. “Há regras de transição para aquelas pessoas que estão próximas de se aposentar. Algumas mais simples e outras mais complexas, o que depende do tipo de profissão, se é homem ou mulher, tempo que falta para se aposentar. A mulher tem que ter no mínimo 30 anos de contribuição e o homem 35 para poder ter pelo menos 60% da média salarial que havia antes. É claro que isso não se aplica a quem ganhava um salário mínimo, nesse caso o piso será um salário mínimo” 

Fábio Martinez disse que a Reforma da Previdência assusta porque faz a população pensar que terá que trabalhar um pouco a mais e que a aposentadoria tende a ser menor, o que gera um sinal de alerta. 

“Quanto mais velho é mais difícil conseguir um emprego. É preciso começar a pensar em reservas, aplicações em previdências privadas ou investimentos no mercado imobiliário, para poupar hoje o que será necessário para o futuro. Todo mundo perde, mas principalmente quem tem mais privilégios. Agora tudo será mais democrático e quem quiser ganhar a mais terá que investir por fora”, concluiu.