Política

Especialista diz que Coronavírus deve ser tratado sem alarde


Com a confirmação dos primeiros casos de Coronavírus no Brasil, a população em Roraima já adotou algumas medidas de prevenção, como o uso de álcool em gel. Porém, embora a investigação de suspeitas tenha crescido exponencialmente no país, a avaliação de profissionais da saúde é que a doença deve ser tratada com competência, mas sem alarmismo.

Em entrevista ao programa Agenda da Semana na Rádio Folha 100.3 FM neste domingo, 01, o médico infectologista Mauro Asato realizou um balanço dos perigos da doença em comparação com outras enfermidades mais comuns.

Para o infectologista, qualquer doença que mexa com o desconhecido pode gerar pânico na população. “A gente sabe que o H1N1 tem uma certa gravidade, só que a gente tem vacinas. Mas como é um novo vírus, pessoal ficou com medo dessa propagação. Quando falamos da disseminação uma doença através do ar, acaba deixando a população em alerta”, afirmou. 

O infectologista ressaltou que existem enfermidades que atingem especialmente a região Norte e que também são avaliadas como muito mais poderosas para a população que a desconhece. “Nós temos a malária aqui, por exemplo. Falar dessa doença em uma região que não tem malária, para ver o pânico que existe. Falar de dengue em uma região que não tem, o paciente fica estigmatizado”, acrescentou Asato. 

Embora haja a necessidade de se manter em alerta, o médico reforçou que é preciso manter o foco na prevenção na doença, mas não esquecer das demais enfermidades que são conhecidas da população, como sarampo e a dengue. 

“Do ponto de vista enquanto autoridade de saúde, é preciso realizar a detecção precoce e adotar os cuidados necessários. Com relação à população que tem suspeita, procurar o profissional para realizar os procedimentos recomendados. Não vou dizer que não há gravidade, mas em relação às outras doenças, o grau é baixo”, disse o infectologista. “Não podemos abrir mão da nossa vigilância. Estamos preocupados com o Corona, mas temos a dengue na nossa porta”, acrescentou.

Outro ponto ressaltado pelo especialista é com relação ao clima de Roraima. Segundo Asato, há indícios de que não há tantos casos de contaminação de pacientes em comparação com países com clima frio.

“Na região norte, com exceção do Amazonas, não temos nenhum caso suspeito. No Nordeste, de nove estados, só tem três que não tem. Mas com essa facilidade de mobilização de viagens, é preciso ficar em alerta. De qualquer maneira, precisamos ficar em alerta. Qualquer caso é caso”, acrescentou.

Saiba formas de evitar a contaminação

A recomendação do médico infectologista é de adotar algumas medidas para impedir a contaminação pelo Corona Vírus. Entre elas está evitar lugares aglomerados, ter cuidados com a higiene e com a utilização de objetos de uso pessoal.

No caso do uso do álcool em gel e das máscaras cirúrgicas, o profissional repassou algumas orientações do melhor uso destes produtos. “O álcool em gel é um hábito que se criou na impossibilidade de lavar as mãos toda hora. Se tivesse água e sabão disponível em todo lugar não precisaria, mas como é difícil, o uso do álcool em gel é liberado”, afirmou.

Com relação às máquinas, o especialista avaliou que cada pessoa deve avaliar a aquisição ou não do produto, mas ressaltou que não há risco alto de contaminação em espaços abertos. Por isso, a ferramenta é muito utilizada pelos profissionais da saúde, explica Asato.

“O pior lugar para pegar uma doença respiratória é nos corredores dos hospitais ou em local de grande concentração de público. As pessoas usam a máscara como se fosse uma forma de proteção, só que, cada um tem que avaliar a melhor forma. Não dá para usar dentro de casa sozinho, mas ao chegar em um aglomerado onde se sabe que há uma pessoa doente, aí sim”, afirmou.

SINTOMAS – Vale ressaltar que a pessoa infectada apresenta quadro gripal, com febre e problemas respiratórios. O paciente pode passar a doença através de gotículas ao falar ou espirros, a população pode inalar ou ao utilizar objetos como talheres e ficar contaminada com o vírus. O período de adoecimento é de sete a 14 dias. Caso a população em Roraima apresente esses sintomas, a recomendação do médico é buscar ajuda de um profissional de saúde. (P.C.)