Política

Processo de interiorização deve ser mais democrático

A proposta de Chico Rodrigues é que critérios para ida de venezuelanos a outros estados não sejam tão rígidos

Uma das medidas promovidas pelo Governo Federal para auxiliar a questão migratória em Roraima é o processo de interiorização. Porém, parlamentares do Estado alegam que a medida não favorece toda a classe de migrantes que atravessam a fronteira até Roraima. A sugestão, inclusive, é que os critérios sejam mais democráticos para facilitar a saída de estrangeiros.

A informação foi defendida pelo senador Chico Rodrigues (DEM) em entrevista à Rádio Folha 100.3 FM na segunda-feira, 15. O parlamentar afirma que esteve em Pacaraima e em Boa Vista conversando com migrantes recém-chegados na última semana, para levar informações ao presidente Jair Bolsonaro (PSL). 

Na conversa com os estrangeiros, afirma Rodrigues, o relato é que oito entre 10 migrantes gostariam de sair de Roraima caso tivessem a chance.

“Eu tenho informes que estavam levando médicos, engenheiros e mecânicos. E aqueles outros, menos qualificados, vão ficando no Estado e acabam sendo aqueles com mais dificuldade para ter empregos e para sair daqui. Eles querem ir, mas falta oportunidade”, declarou.

A facilitação da saída de migrantes do Estado não é relacionada ao preconceito com os estrangeiros, frisou Rodrigues, mas pela qualidade de vida que os venezuelanos não tem quando acabam de chegar em Roraima. “Temos sensibilidade como pais de famílias, isso deprime a gente. São seres humanos. Chegar em Pacaraima e ver um núcleo de famílias partir um pedaço de mortadela para não dormir com fome, é triste de ver”, declarou.

RECURSOS – O senador informou ainda que esteve em reunião com o presidente Jair Bolsonaro na última semana, onde apresentou os relatos dos migrantes. O parlamentar acrescentou que as informações apresentadas ao Governo Federal estão distantes da realidade vivida em Roraima.

“Foram feitas filmagens aqui em Boa Vista, em Pacaraima, levei muitas fotos e vídeos. Obviamente o presidente ficou assustado, apesar de saber de parte do problema por meio do Ministério da Defesa. Mas às vezes não contam para ele a história como está efetivamente acontecendo”, informou.

Além disso, a vinda de recursos para o Estado também foi cobrada, declarou Rodrigues. O senador lembrou da liberação de recursos para as prefeituras de Boa Vista e Pacaraima, na área da atenção básica, e questionou o fato de não virem repasses para o Governo Estadual.

“Agora o Ministério da Saúde definiu valores para as prefeituras de Boa Vista e Pacaraima, agora o Governo do Estado é zero. Essa semana tenho uma audiência com o ministro da saúde, Henrique Mandetta, e vou dizer que está errada a equação. As prefeituras precisam sim, mas a gente tem que entender que o Governo do Estado não tem recebido recursos adicionais”, completou. (P.C.)

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